“É importante que eles tenham consciência da realidade dos Açores e que percebam como é que as instituições funcionam, quais são os desafios que se apresentam à região, como é que a região olha para estes desafios e que projetos tem. É uma oportunidade única que devemos aproveitar e estou certo que vai ser bem aproveitada”, afirmou o representante da República, embaixador Pedro Catarino, em declarações aos jornalistas, em Angra do Heroísmo, à margem de uma receção dos embaixadores, promovida pelo Governo Regional dos Açores.
A comitiva, que chegou na quarta-feira à ilha Terceira, integra embaixadores em Portugal da Áustria, Bélgica, Bulgária, Croácia, Estónia, França, Grécia, Irlanda, Luxemburgo, Malta, Polónia, Suécia, Roménia e Eslovénia e ainda um conselheiro da embaixada de Espanha.
Depois de recebidos pelo vice-presidente do Governo Regional dos Açores, no Palácio dos Capitães-Generais, os embaixadores seguiram para um almoço oferecido pelo gabinete do Representante da República nos Açores, visitando, durante a tarde, a base das Lajes.
A visita termina na sexta-feira, na ilha de São Miguel, e é a primeira realizada aos Açores pelos embaixadores da União Europeia acreditados em Lisboa, por iniciativa da embaixada da Suécia, país que detém a presidência do Conselho da União Europeia no primeiro semestre de 2023.
Para Pedro Catarino, esta “não será certamente a última” visita dos embaixadores ao arquipélago e deverá ter um “’follow-up’ adequado”. “Estou confiante de que daqui sairão frutos”, frisou.
Para além da promoção dos Açores, Pedro Catarino destacou o contributo da visita na promoção da União Europeia na região.
“Temos de nos lembrar que vamos ter proximamente eleições para o Parlamento Europeu e que é preciso consciencializar as pessoas, no papel da União Europeia, dos benefícios que resultam do facto de Portugal ser um membro da União Europeia e os Açores terem uma participação ativa nos trabalhos comunitários”, apontou.
O vice-presidente do Governo Regional disse que os Açores estavam “gratos pela ajuda que os diversos programas europeus e apoios comunitários deram” para tirar as ilhas dos níveis de subdesenvolvimento a que estavam condenadas, mas lembrou que ainda havia “muito a fazer”, sobretudo “a nível social e ambiental”.
Também o representante da República defendeu a necessidade de apoiar as especificidades dos Açores.
“A coesão é importante. Para haver coesão tem de haver uma visão equitativa e redutora das desigualdades que existem e que têm de ser reduzidas. Espero que os fundos comunitários continuem a ser equitativamente distribuídos e utilizados e que daí resultem benefícios justos para a Região Autónoma dos Açores”, salientou.
“Encantada” com os Açores na sua primeira visita, em dezembro, a embaixadora da Suécia em Portugal, Elisabeth Eklund, disse que sugeriu a organização da visita, para que os embaixadores da União Europeia pudessem conhecer melhor o arquipélago.
“O objetivo da visita é conhecermos mais sobre os Açores, conhecer os desafios dos Açores e o que significa ser açoriano. Outro objetivo é que os Açores conheçam mais sobre a Europa, sobre o que fazemos, incluindo, é claro, as prioridades da Suécia para a presidência da União Europeia”, adiantou.
Segundo Elisabeth Eklund, a visita tentou conciliar a realidade dos Açores com as prioridades da presidência da Suécia na União Europeia, como a segurança, a competitividade, a energia, a transição verde e os valores democráticos.
“Vamos aprender sobre o desenvolvimento económico dos Açores, vamos visitar a base das Lajes, relacionada com questões de segurança, e uma estação de energia geotérmica para saber mais sobre a energia e a transição verde”, explicou.
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