A marca de moda francesa Dior apresentou a mais recente coleção nas pirâmides de Gizé no sábado.
O presidente da Dior, Pietro Beccari, disse à AFP que a marca escolheu as pirâmides como "mais do que um pano de fundo" e que se baseou na astrologia egípcia para a sua coleção "Celestial".
Em outubro, o estilista italiano Stefano Ricci apresentou um desfile no Templo Mortuário de Hatshepsut, em Luxor.
Antes disso, as bandas pop americanas Maroon 5 e Black Eyed Peas apresentaram-se na Necrópole de Gizé, que recentemente recebeu uma exposição de arte contemporânea.
O moderno impulso cultural é uma nova direção para a imagem do Egito.
Potência cultural no mundo árabe, com cantores e estrelas de cinema extremamente populares, o Egito usa a herança histórica para mais uma vez atrair a atenção global.
Um indício da nova apreciação da cultura e história antigas foi um "desfile dourado" no ano passado, com 22 faraós que atravessaram o Cairo, de um museu antigo para um novo, num espetáculo carnavalesco.
Foi parte do esforço do governo do presidente Abdel Fattah al-Sissi para reativar o turismo, que gera 10% do PIB do país e cerca de dois milhões de empregos, mas que foi afetado pela instabilidade política, pela turbulência económica e pela pandemia do coronavírus.
Apresentar a herança egípcia num novo contexto "encorajará outras marcas internacionais e figuras culturais a virem ao Egito", afirmou a historiadora de arte Bahia Shehab.
O mercado de artigos de luxo do Egito cresceu, apesar dos anos de turbulência económica, nos quais a moeda, a libra, perdeu metade do seu valor numa desvalorização em 2016.
Apesar do declínio, existem 86 bilionários no Egito, segundo o banco Credit Suisse. "O 1% mais rico é suficiente para gerar procura", afirmou Ingy Ismail, consultora de várias marcas de luxo.
As lojas nos centros comerciais das novas cidades-satélites do Cairo estão "à altura dos padrões das marcas internacionais de luxo", disse Ismail.
A bolha dos egípcios ricos ajudou a criar uma cena de estilistas locais cujos pioneiros chegaram às passarelas de Milão e Paris.
Segundo Ismail, o mercado de roupas e joias de luxo "passou de menos de 100 marcas egípcias para mais de 1.000 hoje".
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