Nerikomi designa a antiga técnica de trabalhar com mistura de argila colorida, dando origem a padrões visíveis dos dois lados das peças cerâmicas. “Neri” significa amassar e “Komi” pode traduzir-se por incluir ou misturar. Esta técnica está espalhada por todo o mundo e os ceramistas dão forma à sua criação num processo de camadas.
Através da orientação de Rute Marcão que, ao abrigo de bolsas da Fundação Oriente, realizou uma pós-graduação em Cerâmica na Universidade de Seika em Quioto, no Japão, e visitou os ateliers de ceramistas em Seto, será possível aprender os fundamentos de Nerikomi, para a aplicar à modelação de uma peça tridimensional e de uma placa padronizada.
Num primeiro momento, será feita uma demonstração da técnica Kikumomi que prepara e amassa o barro desenhando um crisântemo. De seguida, explora-se a técnica Nerikomi num contexto de exemplos e na execução de “desenhos” e padrões, por junção de pastas coloridas. As pastas são coloridas com corantes ou óxidos, sendo depois preparados os padrões e/ou desenhos para as peças a realizar.
Na oficina de Semamori-Cho, os participantes irão aprender o significado das representações estilizadas de flores, árvores, animais, motivos geométricos e figuras humanas que dão pelo nome de semamori. Numa tradição que remonta ao século XVI, os semamori eram bordados, quais símbolos protetores e auspiciosos, na parte de trás dos quimonos das crianças, junto ao pescoço, para as defender do mal.
Nesta sessão, cada participante ficará a conhecer os desenhos mais utilizados e aprenderá a reproduzi-los sobre diferentes tipos de papel, construindo posteriormente um semamori cho, isto é, um caderno de símbolos bordados, em papel de arroz, com encadernação asa no ha toji, ou seja, folha de cânhamo.
As oficinas realizar-se-ão no próximo dia 28 de outubro.
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