Começa assim: "Tudo muda onde a auto-estrada acaba. De repente, para lá de Lagos, não há mais superfícies comerciais, parques-aquáticos, cartazes a anunciar noites de festa; os edifícios cor de rosa claros do centro do Algarve já não brilham no horizonte. Os carros na rua parecem mais sujos e velhos. Ao descer a janela, o cheiro a eucalipto e a maresia começam a entrar".
Num artigo extenso sobre esta zona do Alentejo, o jornalista Paul Richardson conta na Costa Vicentina, nas pequenas vilas de Aljezur, Zambujeira do Mar ou Vila Nova de Milfontes tudo é "calmo e despretensioso". "As praias inesquecíveis – extensas e selvagens, as dunas e os penhascos - são algumas das mais bonitas do mundo", escreve o jornalista.
A Costa Vicentina é "perfeita para os nostálgicos que procuram os prazeres inocentes das férias à beira-mar na Europa, como costumavam ser antes das multidões", pode ler-se.
O artigo destaca também o destino como local de eleição para a prática do surf e para amantes de campismo e caravanismo. Apesar de discordar com algumas comparações desta zona com a Toscânia, em Itália, Richardson escreve que há outras coisas igualmente intrigantes com a Costa como a fortaleza de Sagres, "uma bela e solitária península que até Colombo ter provado em contrário, assinalava o fim do mundo".
As praias desertas e o interior "despretensioso"
O jornalista refere alguns lugares como o restaurante Mar à Vista (na praia da Mareta), o Bar da Praia, em Odeceixe, ou alojamentos como o Monte da Vilarinha ou a Aldeia da Pedralva, ambas na Bordeira. "A Costa Vicentina não tem glamour mas algo parece estar a mudar", referindo-se a projetos hoteleiros como o Martinhal e o Memmo Baleeira.
Mas um dos segredos mais bem guardados da Costa Vicentina são as "abundantes praias desertas da região", "teatros de falésias e dunas" perfeitas para a prática de surf ou simples banhos de sol. A Praia do Amado é uma das preferidas de Richardson, "uma imensa obra da natureza composta por dunas, falésias gigantescas de xisto e ondas estrondosas".
De Sagres em direção a norte a Costa fica ainda "mais vazia despretenciosa". A paisagem ainda mais rural enche-se de tratores maltratados, rebanhos de ovelhas e extensos campos repletos de fardos de palha. "Através de uma estrada que já viu dias melhores chegamos ao Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina onde seria possível ficar várias semanas a fazer muito pouco".
Leia o artigo (em inglês) na íntegra aqui.
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