Em comunicado, a autoridade de aviação civil italiana (ENAC) informou que revogou as autorizações para a transportadora cabo-verdiana para operar nos seus aeroportos, "tendo em conta os cancelamentos de voos nos últimos dias", que causaram "transtornos a centenas de passageiros".
A ENAC informou que pediu uma lista de passageiros afetados e solicitou a Cabo Verde Airlines a suspender a venda de passagens com destino a Itália.
A reguladora pediu ainda à Agência de Aviação Civil cabo-verdiana, "informações sobre a situação da empresa e uma intervenção sobre a mesma para resolver as dificuldades que surgiram, tendo em consideração a temporada de verão em andamento".
Em comunicado de imprensa, a Cabo Verde Airlines informou que já solicitou à ENAC a suspensão dessa revogação de voar para Itália, garantindo que já estão criadas as condições para a "normalização gradual" dos voos.
Desde o início do mês que a transportadora cabo-verdiana está a cancelar voos, justificando-se com o atraso na reposição de frota, mas garantindo que a situação está a ser resolvida com a chegada a Cabo Verde de duas aeronaves.
"A companhia continua a envidar todos os esforços com vista à normalização da operação e a assumir a proteção de todos os passageiros e a responsabilidade perante os parceiros locais, que têm ajudado a encaminhar os passageiros para companhias terceiras", prosseguiu, indicando que já assegurou a proteção de 90% dos passageiros em todos os países onde opera.
Na semana passada, a empresa informou que tinha cancelado 52 voos, afetando cerca de 7.550 passageiros.
A Cabo Verde Airlines está em processo de reestruturação, tendo o Governo assinado com o grupo islandês Icelandair um contrato de gestão, de forma a preparar a empresa para a privatização.
O contrato de gestão terminou e o Governo cabo-verdiano estima poder avançar brevemente com a privatização da empresa através da venda direta de 51% a um parceiro estratégico.
A Icelandair tem sido apontada como esse parceiro estratégico, mas a empresa ainda não divulgou se vai avançar para o negócio.
Com um passivo acumulado de mais de 100 milhões de euros, a companhia, que mudou a sua base operacional da capital cabo-verdiana (Praia) para a ilha do Sal, assegura agora apenas as ligações internacionais, depois de ter sido cedido à Binter Cabo Verde o mercado doméstico.
O processo de privatização da TACV prevê a venda total da empresa, reservando 51% do capital para um parceiro estratégico, 39% das ações para investidores institucionais e 10% para emigrantes e trabalhadores.
Fonte: Lusa
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