O programa, com um orçamento de 300 mil euros, foi hoje apresentado e aprovado por unanimidade em reunião pública do executivo municipal da Câmara de Torres Vedras, no distrito de Lisboa.

“O programa faz jus à manifestação do Carnaval com todos os seus traços identitários, como o humor”, afirmou a vereadora da Cultura, Ana Umbelino.

As comemorações, que começam em 17 de fevereiro deste ano e terminam em 14 de fevereiro de 2024, contam este ano com os tradicionais festejos de Carnaval, que são retomados entre os dias 17 e 22 de fevereiro, após a pandemia de covid-19, com o tema “100 anos de Carnaval de Torres Vedras’.

Nesta edição especial, destaque para o novo carro dos Reis com assentos para os atuais e antigos reis, entre os restantes carros alegóricos conhecidos pela tradicional sátira política e social.

O programa conta também com a emissão filatélica de quatro selos dos CTT alusivos ao tema, lançamento do livro “Aconteceu assim… Carnaval de Torres: Memórias e outras históricas”, de António Carneiro, atividades educativas para crianças no Centro de Artes e Criatividade (fevereiro 2023) e o ciclo “décadas”, com festas temáticas alusivas a cada década do século XX.

Rota dos petiscos em restaurantes (maio), ‘peddy papper’ (maio), recolha de memórias e testemunhos, exposições no Centro de Artes e Criatividade (junho), pintura de murais (junho), exposição de maquetes dos carros alegóricos no Edifício Multisserviços (julho), sessões de cinema ao ar livre com projeção de filmes antigos (julho), apresentação do livro “Ministros e Matrafonas - 100 anos, 100 fotos” (dezembro) e recriação do corso carnavalesco dos anos 20 do século XX (janeiro 2024) constam ainda do programa.

Durante este ano, vai ser produzida uma série documental sobre as associações carnavalescas, a ser transmitida nas plataformas ‘online’.

O programa integra ainda atividades propostas pelos cidadãos e que foram as mais votadas pelo público, desde recolha de testemunhos e memórias através das artes performativas, vídeo e espetáculos multidisciplinares, oficinas de costura, concertos musicais e investigação sobre os ‘Bonecos de Cambelas’.

Em março, o Carnaval de Torres Vedras foi inscrito no Património Cultural Imaterial Nacional.

São características deste Carnaval dois homens locais desempenharem os papéis de rei e rainha, a existência de uma “dinastia” dos títulos dos reis, as 'matrafonas' (homens com roupas e acessórios habitualmente usados por mulheres) e as celebrações da chegada e entronização dos reis.

O Carnaval de Torres Vedras insere-se nas tradições do Entrudo português, cujas raízes remontam às festas pagãs relacionadas com as festas de inverno e com os cultos de fertilidade e da abundância no início da primavera, incluídos pelo Cristianismo no calendário litúrgico.

As manifestações do Carnaval espontâneo em Torres Vedras, característica que persiste até hoje, remontam ao século XIX, mas foi em 1923 que uma elite local republicana e um grupo social comercial/industrial emergente iniciou os festejos organizados nas ruas.

Os primeiros reis, dois homens, e a comitiva régia, composta por ministros, embaixadores e ‘matrafonas’, surgiram em 1924.

Nos últimos anos, o evento passou a atrair meio milhão de visitantes nos cinco dias em que ocorre e gera receitas de cerca de 10 milhões de euros na economia local, depois de ganhar dimensão mediática no final do século XX.

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