O diretor-executivo do Airbnb acredita que a plataforma está prestes a fazer uma "viragem" e entrar numa nova fase, após um ano difícil que incluiu restrições rigorosas em Nova Iorque.
A empresa que revolucionou a indústria hoteleira ao permitir que viajantes reservassem estadias em residências locais anunciou, nesta quarta-feira (8), as suas mais recentes intenções.
"Depois deste lançamento, vamos fazer uma viragem, levantar a cabeça e concentrar o nosso foco em novos produtos e novas ofertas", declarou o diretor-executivo do Airbnb, Brian Chesky, em entrevista à AFP.
O último ano ficou marcado por medidas drásticas tomadas por algumas cidades, como Nova Iorque, nos Estados Unidos, contra alugueres de curta duração como os do Airbnb, devido ao receio de que estivessem a retirar do mercado de habitação moradias de longo prazo e a aumentar as rendas.
Chesky disse no mês passado que não via um fim rápido às rígidas limitações impostas por Nova Iorque.
Em setembro, entrou em vigor na metrópole uma lei que restringe severamente os alugueres de apartamentos ou quartos por menos de 30 dias, o que representou uma queda nos alugueres de curto prazo no Airbnb num dos seus maiores mercados.
"Estamos sempre dispostos a colaborar com a cidade de Nova Iorque, da mesma forma que estamos dispostos a colaborar com cidades ao redor do mundo", afirmou Chesky à AFP.
Chesky rejeitou a ideia de que o Airbnb estivesse a contribuir para aumentar as despesas com habitação. O executivo acredita que os alugueres e os preços dos hotéis continuarão a subir em Nova Iorque, mesmo com a nova lei.
Segundo o diretor-executivo, o Airbnb está a observar como os viajantes que chegam à cidade estão a reservar acomodações no estado vizinho de Nova Jersey ou a recorrer a locais discretamente anunciados na internet.
O Airbnb também tem relações tensas na França, o seu segundo maior mercado, onde as autoridades procuram controlar os alugueres para turistas.
Por enquanto, as enormes necessidades de acomodação para os Jogos Olímpicos de Paris em 2024 alinham os interesses da cidade com os da companhia.
No papel, a empresa sediada em São Francisco viu os seus lucros subirem este ano. O Airbnb relatou um lucro ajustado de 1,6 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros) sobre 3,4 mil milhões de dólares (3,1 mil milhões de euros) em receitas no último trimestre, superando os ganhos no mesmo período do ano anterior.
As suas ações, no entanto, perderam terreno, já que os investidores ficaram desapontados com as previsões de lucro para o trimestre atual. As últimas atualizações da plataforma têm como objetivo ajudar os anfitriões a exibir melhor as suas casas e fornecer aos potenciais hóspedes uma melhor ideia do que esperar.
Uma nova categoria "Favoritos dos Hóspedes" é uma coleção dos dois milhões de casas "mais amadas" no Airbnb, de acordo com avaliações e outros dados recolhidos ao longo de cerca de 500 milhões de viagens, segundo a empresa.
O Airbnb propôs-se ainda a criar uma funcionalidade que "combine a singularidade da Airbnb" no que se refere à variedade de acomodações com a fiabilidade que o público espera dos hotéis, contou o diretor-executivo.
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