Com a assinatura de um memorando de entendimento entre as empresas chilenas Colbún, Copec e a concessionária Nuevo Pudahuel, e as francesas Air Liquide, Groupe ADP e Vinci Airports, o terminal de Santiago terá a sua própria produção de hidrogénio verde para a operação dos veículos.

O aeroporto internacional de Santiago "coloca-se na vanguarda como o primeiro terminal aéreo da América Latina a querer implementar o hidrogénio verde nas suas operações aeroportuárias", disse o gerente-geral da concessionária do aeroporto, Xavier Lortat-Jacob.

A experiência já foi satisfatória em aeroportos como o francês de Paris-Orly, onde a produção própria de hidrogénio verde serve de combustível para a operação do terminal.

O hidrogénio como combustível é gerado por meio de um processo de eletrólise (água e eletricidade). Torna-se “verde” se a eletricidade necessária para o processo for obtida através de energias renováveis que não gerem poluição no processo.

A Colbún ficará responsável pela construção da infraestrutura necessária com "painéis fotovoltaicos para autogeração tanto em telhados como em terrenos adjacentes ao aeroporto", explicou à AFP o gerente-geral da empresa, José Ignacio Escobar.

Já a Air Liquide converterá a eletricidade limpa em hidrogénio verde e a Copec, por sua vez, será encarregada de distribuí-la aos veículos, para que, até 2035, possa abastecer também aeronaves com combustíveis com zero emissão de CO2.

"Há dois anos, a Airbus anunciou que colocaria no mercado um avião de zero emissões em 2035. É um avião mais curto que o A220 que já temos em uso na frota, para aproximadamente 100 passageiros e (com capacidade de percorrer) até pouco menos de 1.000 quilómetros. O objetivo que temos no momento é poder certificar o primeiro avião até 2035", afirmou à AFP o gerente-geral da companhia no Chile, Jérôme Ronssin.

“Acreditamos que o hidrogénio (verde), direta ou indiretamente, desempenhará um papel nessa necessidade de mudança tecnológica para atingir o nosso objetivo de ter uma frota de aeronaves que produza zero emissões de CO2”, disse Ronssin.