Bilhete-postal enviado por Vera Lopes
Ao entrar um grupo de rapazes com estilo "rastafari" cumprimentou-me e eu resolvi perguntar se havia algum meio de transporte para o porto.
Prontamente um deles disse que me levava na sua moto e que era a única alternativa, pois não havia telefone para chamar táxis. Cheia de sorrisos e a tremer de medo por dentro, aceitei, sabendo que tudo podia correr muito mal.
Paguei 20 dólares e subi na acelera - que já tinha ido à guerra umas quantas vezes - e pensei que hoje era o dia. Enquanto ziguezagueava pela estrada de terra batida, vi algumas paisagens muito bonitas e rezei.
Cheguei sã e salva. Devolveram-me 10 dólares porque ser muito simpática, e o meu motorista "rasta" sorriu-me enquanto afastava-se lentamente.
Corri para o barco - que entretanto tinha pessoas a esbracejar e a dizerem-me para correr - pois ia partir sem mim. Corri pela vida. Entrei no barco e tive um dia em cheio com praia, aventura e muita amabilidade caribenha, capaz de salvar uma donzela em apuros.
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