Bilhete-postal enviado por Cátia Silva
O primeiro destes três parques é o mais pequeno, sendo que a visita é relativamente rápida. Nele pudemos avistar uma família de elefantes, búfalos, zebras, macacos e alguns hipopótamos que apenas conseguimos ver ao longe. Antes de ir até aos outros parques este parque parecia maravilhoso, mas mais tarde percebemos que não era bem assim. No final da visita a Lake Manyara seguimos em direcção ao magnífico Escarpment Luxury Lodge. As recordações de uma viagem devem-se também aos sítios onde ficamos alojados, e este lodge sem dúvida que nos marcou.
No dia seguinte seguimos rumo a área de conservação de Ngorongoro, na qual destacamos a cratera de Ngorongoro, um vulcão extinto que serve de lar a milhares de animais selagens. A cratera funciona como uma barreira natural à saída dos animais, que ali encontram condições perfeitas para viver, não necessitando de migrar em busca de alimento. A visita à cratera, apesar de excessivamente cara, faz todo o sentido. Uma vista de cortar a respiração a partir da crista da cratera dá início à visita, e depois descemos em direcção à cratera propriamente dita. Foi ali que avistámos um casal de leões em plena época de acasalamento. Um ritual que se repete a cada 30 minutos, durante 5 dias. Ufa! Uma vez mais zebras, javalis, búfalos, gazelas e muito ao longe observámos o único rinoceronte de toda a viagem. Este animal é um dos mais ameaçados em todo o planeta devido às propriedades milagrosas que alguns vêm no seu corno. No final do dia, subimos em direcção à crista da cratera para nos alojarmos no muito acolhedor Ngorongoro Serena Lodge. Um hotel já a precisar de renovação, mas com uma vista de cortar a respiração e comida igualmente magnífica.
No dia seguinte nova viagem, desta vez em direcção ao Serengeti, o maior dos três parques que visitámos, mas não sem antes conhecermos uma vila do povo Massai. Impressionante como em pleno século XXI damos valor a coisas tão fúteis e estas pessoas a viverem com tão pouco! Depois de mais umas horas nas demolidoras estradas africanas, entrámos no Serengeti e aqui sim sentimos que estamos na verdadeira África. Na primeira noite ficámos alojados no espectacular Pioneer Camp, um campo de tendas de luxo a fazer lembrar o ambiente vivido pelos primeiros exploradores europeus por terras africanas. Pela noite tivemos a visita de uma hiena junto da nossa tenda, mas nada que o guarda Massai não resolvesse com duas pedras e uma lança. As duas noites seguintes foram passadas no majestoso hotel Four Seasons Safari Lodge. O custo deste hotel pode ser elevado, mas vale cada cêntimo. A partir da janela do nosso quarto podíamos observar um verdadeiro zoo, tal era a quantidade de espécies que matavam a sede no lago junto à piscina do hotel.
No Serengeti pode-se observar quase todas as espécies de animais existentes em África. Um verdadeiro oásis de vida selvagem, que se torna ainda mais fascinante na altura da grande migração. Foi aqui que vimos mais leões, as elegantes chitas a caçar, e o muito difícil de avistar leopardo, que se camufla tão bem que num piscar de olhos deixamos de o ver por entre a vegetação. As girafas aparecem aqui e ali, e as gazelas são tantas que por vezes teimam em não se desviar dos jipes. Se um dia voltarmos, o Serengeti é para repetir, com certeza! Durante a estadia no Serengeti pudemos ainda concretizar outro sonho: fazer uma viagem de balão de ar quente. A viagem começa cedo, por volta das 4 da manhã, e é em pleno voo que vemos o dia nascer. No final apenas nos queixámos do pouco tempo (perto de 1h) já que por nós estávamos o dia todo ali no ar, silenciosamente, a observar tudo o que se passa cá em baixo.
E pronto, foi mais ou menos isto que vivemos no nosso safari. Muito fica por contar, mas para sentir tudo aquilo que sentimos só mesmo indo. O cheiro, a cor, os sabores e as sensações de África são únicas!
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