Amor ao primeiro golo
A história d'Aquela Kombucha começa com Maria Lima. A viver e trabalhar em Londres, mais precisamente em produção de Moda, a fundadora da marca portuguesa começou a sentir uma vontade de procurar outros desafios - desafios esses que a levariam a regressar a Portugal, mas não sem antes fazer um detour por Bali, onde passou um mês em viagem.
Por sugestão de uma amiga, a fundadora d'Aquela Kombucha vai a um restaurante e acaba por pedir uma kombucha. Podia dizer-se que foi amor à primeira vista, mas talvez tenha sido mais amor ao primeiro golo. Depois desse momento, Maria passa o resto da viagem em Bali a beber kombucha tradicional, com sabores autênticos e frutas exóticas.
De regresso a Portugal e com os pés assentes no Porto, a vontade de consumir esta bebida não fica para trás. O único senão? "Sentia que as marcas que existiam eram muito comerciais", explica Maria Lima sobre a oferta de kombucha que existia no mercado. Escusado será dizer que esse senão acabou por se despir do "não" e fazer nascer um "e se?".
Já fascinada com o processo de fermentação e com o chá vivo que dele resulta, a fundadora d'Aquela Kombucha decide pesquisar formas de fazer esta bebida em casa, pelas suas próprias mãos.
Fermentações aqui, experiências ali e ajustes acolá, Maria Lima começa a aceitar algumas encomendas de forma mais "artesanal", dentro do seu ciclo mais próximo, montando assim um pequeno negócio informal na sua cozinha.
Com os pedidos a crescer, a fundadora d'Aquela Kombucha começou a perceber que havia muita procura por kombucha - e o seu projeto podia ser precisamente aquilo que as pessoas desejavam.
Com essa constatação na manga, Maria Lima decide que está na altura de amadurecer a marca. De mãos dadas com parceiros e colaboradores que se tornaram família para o projeto, a fundadora começa a pensar na fábrica e na linha de produção. Segue-se o trabalho de produção e comunicação, e no início de 2020, o afinar da marca e os últimos retoques.
Alguns meses depois, a loja online é criada em plena quarentena - e a 9 de maio, Aquela Kombucha está pronta para viver não só na Internet, mas também nos frigoríficos de todos nós.
Mas o que é, exatamente, Aquela Kombucha?
Maria Lima descreve-a como “um ecossistema em formato líquido", um chá fermentado que é elaborado com base numa mistura de chá verde e preto com açúcar. Daí, o SCOBY, uma fascinante cultura simbiótica de bactérias e leveduras, é responsável por consumir o açúcar e a teína quase na sua totalidade, num processo que transforma o chá numa bebida levemente gasificada, com ácidos orgânicos e enzimas que trazem benefícios à flora intestinal.
Usando ingredientes biológicos (um pilar essencial para Maria, a par com a certificação biológica e o trabalho com fornecedores o mais local possíveis), a fundadora d'Aquela Kombucha deixa que a fermentação siga o seu rumo natural, respeitando assim a sua tradição milenar, e criando aquilo que Aquela Kombucha pretende ser - uma bebida natural, que está realmente viva.
O que queremos dizer com "está realmente viva"? Queremos dizer que Aquela Kombucha tem microrganismos que são benéficos para nós, e que contribuem para o nosso bem-estar.
Quando falamos d'Aquela Kombucha, falamos de uma bebida que é um probiótico natural, visto que contém bactérias e leveduras benéficas à flora intestinal, que vão ajudar ao funcionamento do sistema digestivo.
Para além disso, e como explica Maria, os benefícios d'Aquele Kombucha são "os benefícios de uma kombucha bem feita". Com propriedades antioxidantes e vitaminas B & C, este fermentado natural (que deve ser consumido de uma forma regular, e não em quantidade) ajuda também na limpeza do organismo, ao contribuir para a eliminação de toxinas. A par disso, esclarece a fundadora da marca, o pH da kombucha suprime o crescimento de bactérias indesejadas e torna esta bebida "invencível".
A sustentabilidade anda de mãos dadas
Um dos objetivos de Maria Lima sempre foi criar uma bebida natural e viva, que fosse caseira e acessível a todos - mas nada disto se concretiza sem a sustentabilidade, um fator essencial para a fundadora d'Aquela Kombucha.
"Usar plástico estava fora de questão", explica Maria, que para além de utilizar materiais reutilizáveis e recicláveis, tem os olhos sempre postos na partilha de ideias sustentáveis e na promoção de iniciativas amigas do ambiente.
Enquanto as garrafas d'Aquela Kombucha podem ser reutilizadas para os mais diversos fins, o sabor sazonal de mirtilo é um atual aliado da Associação Plantar Uma Árvore, uma ONG de voluntariado pela conservação da floresta nativa em Portugal.
Ao beber Aquela Kombucha de Mirtilo, cada pessoa está assim a contribuir para a recuperação de áreas ecologicamente degradadas através da restituição de bosques nativos no nosso país: em janeiro de 2021, na Serra do Alvão, serão plantadas 100 árvores resultantes da edição limitada d'Aquela Kombucha de Mirtilo.
O primeiro tap room de kombucha do país
Situada no bairro do Bonfim (Rua Duque de Saldanha, 345), no Porto, a fábrica d'Aquela Kombucha é o sítio onde a magia da fermentação acontece.
Agora, este espaço é também casa d'Aquela Kombucharia, o primeiro tap room de kombucha do país. "É uma ideia que está pensada desde o início", conta Maria Lima.
Inaugurada a 14 de outubro, Aquela Kombucharia abre as suas portas às quartas e sextas, das 17h às 19h. Neste espaço, é possível degustar os sabores originais d'Aquela Kombucha, mas também provar novos sabores como Groselha, resultantes das muitas experiências feitas com fruta verdadeira, da época e repleta de vitaminas.
Para além de estar pensada como um espaço para partilhar as muitas experiências que acontecem na fábrica da marca, Aquela Kombucharia é um tap room que segue os valores sustentáveis de Maria Lima e do seu projeto - é aqui que se pode adquirir Aquela Kombucha a granel, trazendo uma garrafa reutilizável de casa ou comprando diretamente no local.
Fotos: @Manuel Manso
Comentários