O Senegal é conhecido por ser um país de contrastes, e para que conheças um bocadinho melhor as diferenças que existem entre cidades, ilhas e vilas, deixo-te aqui um diário de viagem dos sítios que visitei.

Dia 1 e 2 - Dakar

O Senegal é um país que viu crescer o seu turismo nos últimos anos. E isso nota-se por toda a capital. Milhares de prédios em construção, hotéis, bares e restaurantes à beira-mar. As praias são lotadas de crianças a jogar à bola, barcos de pesca e lanchas turísticas. E a todos os minutos aparecem senhoras a vender as mais variadas bugigangas.

Os 25ºC transmitem uma sensação térmica de 40°C. Não sei se pelo pó na rua ou pelo clima seco que se sente. O comércio está presente em todo o lado. Em pequenas barraquinhas, em grandes superfícies e em mercados locais. As várias línguas que se ouvem pelas ruas de Dakar dão uma sensação de vários mundos. O francês, o wolof e até o inglês.

As carroças de cavalos a andar pelas estradas são um fenómeno aqui em Dakar. Percebi que eram utilizadas para transportar as mais variadas coisas e principalmente para recolher o lixo. A religião muçulmana sente-se pelas ruas da capital. Várias vezes por dia oiço o chamamento que anuncia que é hora de rezar. Ao final da tarde, a estrada principal da capital senaglesa enche-se de pessoas a correr e de filas de trânsito para chegar a casa.

Dia 3 e 4 - Ilha de NGor

NGor é uma ilha de tranquilidade que contrasta com o caos de Dakar. Depois da confusão de barcos e pessoas, chegar a NGor transmite-nos uma sensação de paz. Somos recebidos por crianças a fazer surf e sente-se uma vibe cubana por toda a ilha. As ruas são pintadas com as mais variadas cores. O vermelho, o amarelo, o verde. As cores da nação. O artesanato faz parte da paisagem de NGor. Pelas ruas vemos barraquinhas de diversos trabalhos manuais, ateliês de pintura e exposições de artes. Faz-me lembrar o Tarrafal. A água azul a bater nas pedras pretas. A areia que não é branca e a água tampouco transparente. NGor são as flores que crescem em cada cantinho. São as cadeirinhas dos comerciantes que aguardam ansiosamente a chegada dos turistas. São as palmeiras que fazem lembrar um cenário tropical. São as ruas estreitas e limpas. São os poucos metros quadrados que fazem desta ilha um minúsculo ponto no mapa do mundo, mas que vale a pena ser visitado.

Dia 5 e 6 - Ilha de Goree

Goree é conhecida como a antiga porta de África para o tráfico de escravos. Assim que chegamos, vemos uma explosão de cores realçada pelos raios de luz do sol. Os panos africanos e a pintura das casas são os grandes protagonistas desta pequena ilha.

Em Goree, sentimos que fazemos parte de um filme. Existe uma história, existe cultura, existe vida nesta ilha. As residências que outrora abrigaram a elite, dão hoje lugar a restaurantes e hotéis. As ruas são autênticos monumentos repletas dos mais variados detalhes.

Os artistas locais vagueiam enquanto se deliciam com amendoins salgados. Os comerciantes vão de rua em rua à procura dos diferentes turistas que todos os dias atracam na ilha. É impossível não ficarmos absorvidos por Goree. É impossível não estarmos numa constante troca de fotografias, vídeos e conversas. E impossível não sentirmos o toque vibrante e colorido desta ilha.