Aproveitando a viagem à Bélgica, decidi conhecer não só a capital belga, mas também uma cidade vizinha. Brugge fica a uma distância confortável da capital, permitindo uma visita de só um dia.
Brugge oferece roteiros turísticos deslumbrantes, onde é possível entrar em contacto com arquitectura gótica, predominante nas principais construções, bem como se aventurar pelo sabor das cervejas, batatas fritas e chocolates típicos da Bélgica.
Esta é uma das cidades europeias mais fotogénicas, charmosas e românticas – todos a querem conhecer! Como tal, vá preparado para a multidão que enchem as ruas.
O que visitar em Brugge?
Ao chegar à estação de comboios de Brugge, siga as placas para o Centro (centrun). Daí caminhe até ao Minnewater Park. Este é um belo parque arborizado, com lindas construções nas proximidades, e vários trilhos entre as árvores, com uma bonita vista do canal. É neste parque que fica o Lago do Amor. Diz a lenda que só vai experimentar o amor eterno quem cruzar a ponte do lago com sua cara metade. Pelo sim, pelo não, nós tentámos!
Daí, seguimos até Begjinhof, ou Beguinaria. É um agrupamento de casas usadas pelas Beguinas, beatas da igreja Católica Romana. Estas mulheres religiosas não faziam votos nem se afastavam do convívio social, mas seguiam uma vida independente sob os preceitos religiosos. Actualmente, as casas são ocupadas pelas irmãs Beneditinas.
Caminhando mais um pouco, atravessámos a Stoofstraat que dizem ser rua mais estreita do mundo (é estreita, mas não acredito que seja “a mais” estreita).
Antes de começarmos a explorar a zona mais central da cidade, quisemos ter uma perspectiva diferente da mesma. Decidimos então fazer um passeio de barco pelos pitorescos canais. A viagem tem duração de cerca de 30 minutos e custa 10€ por pessoa e 6€ para crianças entre os 4 e 11 anos. Ao longo do percurso, o comandante vai contando (em várias línguas) um pouco da história da cidade. Existem vários locais de saída para o passeio de barco. O que eu fiz situa-se perto da Igreja de Nossa Senhora.
Pode parecer uma atracção demasiado turística, mas a verdade é que eu gostei imenso. Deu-nos a conhecer vários detalhes que possivelmente a pé nos iriam escapar. Foi neste passeio que tive o primeiro impacto com Brugge e a verdade seja dita: já estava rendida!
Depois de vermos a cidade de uma perspectiva diferente, estava na altura de a conhecermos caminhando. Seguimos então até à Igreja de Nossa Senhora (ou Onze Lieve Vrouwekerk). É fácil de encontrar pois possui a segunda torre mais alta da Bélgica, contando com 115 metros de altura.
É uma belíssima igreja que contém várias obras de arte como pinturas, sepulcros do século XIII e o túmulo de Maria, a duquesa de Borgonha. Mas o verdadeiro ex-líbris é a escultura original de Michelangelo, intitulada “A Madona e a criança”. Visitámos apenas a parte gratuita da igreja, uma vez que naquela altura a estátua de Michelangelo encontrava-se para restauração. Ainda assim, pode visitar o seu interior por 6€.
Da Igreja de Nossa Senhora caminhámos até a uma das zonas mais românticas da cidade. Ali situa-se a Ponte de São Bonifácio. Esta pequena ponte foi construída em 1910, mas tem um estilo arquitectónico que parece ser bem mais antigo. É uma ponte super amorosa e é onde se tem uma das melhores vistas para os estreitos canais da cidade.
Um dos pontos altos desta viagem é passear pelas ruas ao longo dos canais, e admirar as fachadas das casas e a harmonia da cidade. Sugiro visitar a rua Rozenhoedkaai, um dos lugares mais fotografado da cidade.
Ainda o dia não ia a meio e já estávamos completamente rendidos a esta cidade tão charmosa. Continuámos então à descoberta, e o nosso roteiro levou-nos até Burg. Burg é uma das principais praças da cidade, rodeada de edifícios históricos e super bonitos.
Um dos edifícios que salta mais à vista é a Stadhuis, ou seja a Câmara Municipal. Fundada em 1376, apresenta um estilo gótico e destaca-se dos demais por ser rica em detalhes.
Ainda nesta praça encontra-se a Heilig Bloed Basiliek (Basílica do Sangue Sagrado), uma pequena igreja que foi construída entre 1134 a 1157. A Basílica possui duas capelas: a inferior em estilo românico, a Capela de S. Basílio, e a superior originalmente em estilo românico, mas transformada para gótico no século XV, a Capela do Sangue Sagrado.
A Capela de S. Basílio é bastante simples, escura, com várias estátuas de Cristo, duas naves laterais e uma central. Uma simplicidade que encanta. Subindo as escadarias, vamos dar à Capela do Sangue Sagrado, que está muito bem decorada e conservada. É nesta última que se encontra uma das relíquias mais preciosas da Europa: um frasco de vidro que se diz conter gotas de sangue retiradas do corpo de Jesus Cristo por José de Arimateia.
A Basílica encontra-se em funcionamento das 9h30 às 12h30 e 14h às 17h30. A exposição da relíquia do Sangue Sagrado acontece diariamente após a missa, às 11h30 e no período da tarde das 14h às 17h. A entrada na Basílica é gratuita, mas se quiser visitar a sala de tesouros (museu) terá de pagar 2,50€.
Almoçámos nesta zona, descansámos as pernas e seguimos o nosso roteiro. Nesta parte da tarde íamos caminhar bastante, pelo que decidimos comer uma waffle de chocolate como sobremesa.
Dali, caminhámos durante cerca de 1 km até Kruispoort, um dos portões das antigas muralhas de Brugge, e que dava acesso à cidade fortificada pelo oriente.
Ali perto situa-se um dos locais que mais queria visitar na cidade: St Janhuismolen e Koeleweimolen. Tratam-se de dois moinhos de vento nas margens dos canais. Originalmente, havia 25 moinhos de vento em torno da cidade, mas agora apenas quatro permanecem. O mais velho data de 1770.
Situados em pequenos montes verdejantes, dão um toque único àquela zona. E a verdade é que pouco há ali para fazer a não ser relaxar e descansar. Mas, de facto, os moinhos são tão fotogénicos que é impossível ficar indiferente.
Regressando exactamente pelo mesmo caminho, fomos conhecer o ex-libris da cidade de Brugge. Guardámos o melhor para o final. E quando eu pensava que já estava completamente rendida à cidade, eis que surge a Grote Markt (ou Grand Place). Esta é a principal praça da cidade que abriga construções incríveis como o Belfort (campanário) de 83 metros de altura, o Provinciaal Hof (edifício neogótico que abriga a sede do governo provincial de West-Vlaanderen), entre outras construções multicoloridas que completam o cenário de contos de fadas.
A torre do campanário começou a ser erguida em 1282 e só foi finalizada em 1482. No topo tem-se uma das vistas mais bonitas da cidade. No entanto, para chegar lá em cima, é preciso encarar 366 degraus. Eu não subi à torre, mas saiba que a entrada tem um custo de 10€.
No centro da praça encontramos a estátua de Jan Breidel e Piet de Konink. Foi feita em 1887, em bronze e pedra, para enaltecer os heróis da revolução de 1302 numa batalha contra o rei da França, na qual os belgas saíram vitoriosos.
Considerada uma das praças mais bonitas do mundo, é ideal para degustar uma cerveja, uma waffle ou batatas fritas, enquanto se admira a história envolvente e a animação turística. O conjunto arquitectónico colorido dá um toque ainda mais característico à cidade, tornando-a assim super fotogénica.
Dali seguimos pela rua mais comercial da cidade, Steenstraat, até chegarmos à Sint Salvator-Kathedraal, a catedral da cidade, que apenas visitámos por fora.
Leia também: como ir de Bruxelas para Brugge (e vice-versa)
Queríamos voltar ainda a Bruxelas, como tal regressámos à estação ferroviária. Demos assim por terminado o nosso roteiro de um dia em Brugge. Uma cidade que desde o primeiro minuto me roubou o coração.
Conhecida como um dos destinos mais românticos da Europa, ela já figurou em inúmeras listas de “lugares para conhecer antes de morrer”. E de facto percebe-se porquê. Não é à toa que dizem que Brugge parece ter saído de um livro de contos de fadas!
Resumo do dia
- Minnewater Park
- Begjinhof
- Stoofstraat
- Passeio de barco
- Igreja de Nossa Senhora
- Ponte de São Bonifácio
- Rozenhoedkaai
- Burg
- Stadhuis
- Heilig Bloed Basiliek
- Kruispoort
- St Janhuismolen e Koeleweimolen
- Grote Markt
- Sint Salvator-Kathedraal
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Artigo originalmente publicado no blogue Viver o Mundo
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