Depois de lerem este roteiro de cinco dias, caso tenham menos tempo, podem adaptar as propostas ao que se enquadrar mais com o vosso estilo de viagem.

Dia 1:  Centro Histórico

Nada como conhecer o passado de uma cidade para entender melhor o seu presente, por isso recomendo passar a manhã do primeiro dia em Bilbau a descobrir o bairro histórico Casco Viejo.
Comecem com uma visita ao Museu Arqueológico (Arkeologi Museoa). São vários andares cheios de fósseis e relíquias que nos conduzem por uma viagem ao passado da região. As exposições incluem joias e modelos das primeiras aldeias fortificadas e oferecem uma visão surpreendente de como as pessoas viviam durante o período romano.

Centro Histórico
Centro Histórico Centro Histórico de Bilbau créditos: Pixabay

Quando a hora do almoço chegar, vão ficar contentes por estar em Casco Viejo. É aqui que encontramos os mais autênticos bares de pintxos e os restaurantes que servem os pratos bascos tradicionais. Pintxos são a resposta do País Basco às tapas (são pequenos pedaços de pão cobertos com ingredientes como queijo, presunto, peixe ou vegetais).

Caminhem de bar em bar para provar todos os sabores em pequenas doses ou parem para um longo almoço num dos vários restaurantes do bairro histórico. Há muitos escondidos em pequenas ruas sinuosas ou em praças bonitas, como a Plaza Nueva. Não deixem de provar um bacalao al pil pil (bacalhau frito com alho e azeite) ou um marmitako (ensopado de peixe).

Pintxos
Pintxos Pintxos créditos: Pixabay

Se estiverem à procura de um souvenir especial, visitem depois do almoço, as lojas de Casco Viejo. Parem no Sombreros Gorostiaga (VIktor Kalea, 9), uma loja de chapéus com mais de 160 anos, onde podem comprar txapelas tradicionais bascas. A Recuerda Bilbao (Plaza de Santiago, 3), também vende uma grande variedade de lembranças inspiradas na cultura local.

Durante a tarde, subam até à Basílica de Begoña, uma basílica do século XVI com toques góticos e renascentistas e visitem o Museu Basco (Euskal Museoa) para aprender mais sobre a cultura e história basca. O museu foi inaugurado em 1921 e está instalado num elegante edifício barroco com claustros centrais.

Dia 2: Arte

Dediquem o segundo dia à arte e comecem a manhã com uma paragem na maior atração turística de Bilbau — O Museu Guggenheim.

Museu Guggenheim
Museu Guggenheim Museu Guggenheim créditos: Pixabay

Este espaço fantástico, de aspeto futurista, foi projetado pelo arquiteto Frank Gehry e teve um grande impacto na arte local. O seu interior abriga uma das melhores coleções de arte moderna de Espanha. Inclui obras de artistas como Eduardo Chillida, Mark Rothko, Willem de Kooning, Anselm Kiefer, Clyfford Still e Richard Serra. Cheguem cedo e vão poder apreciar com calma uma miríade de instalações únicas, exposições temporárias de arte contemporânea e espetáculos de luzes fluorescentes.

Almocem no elegante restaurante Nerua Guggenheim, onde os pratos são eles próprios obras de arte e passem o inicio da tarde caminhando em redor do museu. Vão descobrir esculturas em grande escala, como "Puppy" de Jeff Koons, a aranha "Mamen" de Louise Bourgeois e a "Tall Tree & The Eye" de Anish Kapoor.

Puppy
Puppy Puppy créditos: Pixabay

Continuem a dedicar o dia à arte, visitando o Museu de Belas Artes de Bilbau. O Museu fica no parque Doña Casilda e combina arquitetura antiga e moderna. Exibe arte basca, espanhola e europeia, desde a Idade Média até aos dias modernos. Em destaque estão artistas como El Greco, Francisco de Goya e Paul Gauguin.

Depois do museu sigam para o famoso Mercado La Ribera, um dos melhores lugares para comprar produtos regionais. Este mercado, inaugurado em 1929, ainda mantém toda a sua autenticidade e é fácil entabular uma conversa com um dos simpáticos vendedores que de bom grado nos dão conselhos sobre a qualidade dos produtos que queremos comprar.

Terminem o dia no bairro de Indautxu, que é conhecido pela sua vida noturna e também por abrigar um dos edifícios mais fascinantes da cidade: O Azkuna Zentroa, um antigo armazém de vinho e azeite que foi reconvertido e hoje é um centro cultural multifacetado. O interior da 'Alhóndiga' (como é popularmente chamado) é uma viagem à imaginação do designer e arquiteto francês Philippe Starck, que está bem patente nas colunas e no átrio cheio de surpresas.

Dia 3: Mar, Montanha e Arte Urbana

O mar é uma parte importante de Bilbau e está presente em muitos aspetos da sua cultura, tradições e culinária. Uma visita ao Museu Marítimo (Itsasmuseum) é por isso indispensável para compreender melhor toda esta região.

Ao almoço, mantenham o tema marítimo, e experimentem um dos excelentes restaurantes de frutos do mar da cidade. Se o orçamento não for problema, reservem mesa no restaurante Etxanobe. Se por outro lado não quiserem gastar tanto, optem pelo Restaurante Marisqueria Mazarredo, ou qualquer outro das redondezas, que também ficam bem servidos.

Depois do almoço, passem por mais um marco de Bilbau: A Ponte La Salve. Foi construída no início da década de 1970 e atualmente faz a ligação entre o Guggenheim e os subúrbios da cidade. O arco vermelho que está por cima da ponte é do artista francês Daniel Buren e foi adicionado só em 2007.

Ponte La Salve
Ponte La Salve Ponte La Salve créditos: Unsplash

A arte urbana também está muito presente na cidade e o mural “Giltza Bat” de Verónica e Christina Werckmeister, que vemos quando cruzamos a ponte em baixo, é um dos melhores exemplos disso.

Arte urbana em Bilbau
Arte urbana em Bilbau Mural Giltza Bat créditos: Unsplash

Logo após a ponte, encontramos o Funicular de Artxanda, que nos leva até ao topo da montanha para admirar as vistas espetaculares da cidade... E não há nada como o ar fresco no topo de uma montanha para abrir o apetite. O Txakoli Simon (Camino San Roque, 89) é o lugar onde devem parar se quiserem saborear um belo bife txuleta basco!

Após o almoço, explorem o topo do Monte Artxanda. Caminhem pelo parque e descubram outra obra de arte urbana: uma enorme impressão digital do artista Juan José Novella. De volta ao sopé da montanha, continuem a explorar a cidade a pé e a descobrir a sua impressionante arte de rua. Primeiro sigam para o oeste para Olabeaga, e vejam o ‘Soñar’ do artista SpY. Depois, sigam em direção à parte velha da cidade e, para verem murais de Bada, Fermín Moreno e Jorge Rubio percorram a Rua Bilbao La Vieja, a Rua Cortes e a Plaza Kirikiño.

Arte urbana em Bilbau
Arte urbana em Bilbau "Sonhar" créditos: Unsplash

Dia 4: Natureza

Bilbau tem parques e jardins tranquilos, onde podemos passear, relaxar, namorar ou parar para ler um livro.

No parque Doña Casilda, por exemplo, é fácil esquecer a agitação da cidade. Localizado no centro de Bilbau, este jardim de estilo inglês, oferece lagos serenos, árvores altas e uma pérgula encantadora. Duas vezes por ano, a sua fonte principal transforma-se no palco de um show de som e luz.

Almocem num dos muitos cafés e restaurantes próximos do parque e dediquem o resto do dia a descobrir os arredores da cidade. Aluguem um automóvel (ou marquem uma excursão de meio dia) e percorram a Costa Cantábrica. Ao longo das falésias de Matxitxako, vão ver a pequena ilhota de San Juan de Gaztelugatxe, que tem no seu topo uma capela construída no século XIII por marinheiros em homenagem ao seu santo, San Juan.

San Juan de Gaztelugatxe
San Juan de Gaztelugatxe San Juan de Gaztelugatxe créditos: Unsplash

Passem por Bermeo, um dos portos pesqueiros mais importantes da Costa Cantábrica, e por Mundaka, a meca do surf e porta de entrada para Urdaibai, território declarado Reserva da Biosfera pela UNESCO em 1984.

Parem em Gernika, a capital histórica de Biscaia, que inspirou Picasso a criar o seu famoso quadro e visitem a 'Árvore de Gernika', um importante símbolo da cultura e identidade Basca, e o Museu da Paz.

Dia 5: Degustação de vinhos em La Rioja

Agora que já viram a maioria dos principais pontos turísticos da cidade e conheceram um pouco dos arredores, que tal terminar em beleza com uma visita à famosa região vinícola do País Basco — La Rioja!

Aqui podem encontrar belas paisagens, vilarejos encantadores e uma grande variedade de bodegas (vinícolas) — desde as históricas às mais modernas — e até um excelente museu do vinho: o Vivanco Cultura del Vino.

La Rioja
La Rioja Vinhas em La Rioja créditos: Pixabay

A região vinícola está subdividida em três: Rioja Alta, que fica em Haro e nos seus arredores (onde a maioria das antigas adegas estão localizadas), Rioja Alavesa (que esconde algumas das aldeias mais bonitas como Guardia e Samaniego) e Rioja Baja (sudeste, uma região maior e mais árida cujo centro principal é Calahorra).

Os amantes da comida e do vinho vão se sentir no paraíso em Rioja, com pratos que satisfazem a alma, como costeletas de cordeiro assadas sobre videiras ou "menestras" de vegetais (ensopado de verduras).

Se só tiverem tempo para visitar uma área, escolham Haro, porque é aqui que se encontram as grandes e históricas vinícolas da região.

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Artigo originalmente publicado no blogue The Travellight World