A DGAV, juntamente com a EFSA, Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos, a Comissão Europeia (CE) e 22 países europeus, participa na #PlantHealth4Life, uma campanha que procura, pelo segundo ano consecutivo, sensibilizar todos para a importância da ligação entre a fitossanidade e a nossa vida quotidiana, estimulando a ação dos cidadãos para proteger a saúde das plantas, apoiar a biodiversidade e, em última instância, apoiar a economia.

As plantas constituem 80% dos alimentos que consumimos, purificam o ar que respiramos e, quando saudáveis, significam um bom rendimento agrícola, com impacto na disponibilidade de alimentos e nos seus preços para os consumidores. Porém, as alterações climáticas, a globalização e as atividades humanas, como o comércio e as viagens, colocam as plantas sob forte pressão, aumentando o risco de propagação de pragas e doenças que podem ter consequências económicas, sociais e ambientais devastadoras. 

Exemplos desse impacto nocivo são o nemátodo da madeira do pinheiro, um verme microscópico, que hoje atinge praticamente toda a área de pinheiro-bravo portuguesa ou o escaravelho da palmeira que dizimou em poucos anos, a maior parte das nossas palmeiras.

Na verdade, são várias as pragas e doenças que afetam as espécies vegetais no nosso país, mas a bactéria Xylella fastidiosa é uma das mais graves, pois “pode atingir centenas de diferentes espécies de plantas, incluindo florestais, espécies silvestres, ornamentais e agrícolas, causando, em muitas delas a sua morte, em função da subespécie da bactéria identificada. Esta bactéria é transmitida por insetos vetores que, ao se alimentarem de plantas infetadas adquirem a bactéria e a propagam para outras plantas onde se alimentam de seguida. Por isso, quando se trazem plantas de territórios onde esta bactéria existe, estas podem estar infetadas, ainda que não mostrem sintomas da doença, constituindo assim um potencial foco de dispersão deste grave problema fitossanitário e para o qual não existe nenhum tratamento curativo”, afirma a Eng.ª Paula Cruz Garcia, Subdiretora Geral da DGAV.

Importa por isso, mais do que nunca, consciencializar os cidadãos europeus que o transporte de plantas para dentro das fronteiras da UE tem potencial para disseminar doenças e pragas invasoras que podem afetar significativamente as indústrias agrícolas, resultando em colheitas reduzidas, perda de postos de trabalho e maiores custos de produção. 

A saúde das plantas também está intimamente ligada ao comércio internacional, e por isso, uma forma de proteger a saúde das plantas e salvaguardar a agricultura local é implementando rigorosas regras de importação e certificações como o Certificado Fitossanitário, que tem de acompanhar as plantas e a maioria dos produtos vegetais que entram na União Europeia ou o Passaporte Fitossanitário, que deve acompanhar todas as plantas destinadas a plantação comercializadas na UE.

Em Portugal, cabe aos inspetores da DGAV coordenar e executar, nos portos marítimos e aeroportos, os controlos fitossanitários, limitando assim a possível entrada de pragas e doenças por via dos produtos importados. "Alguns vegetais de muito elevado risco fitossanitário, como é o caso de plantas de videira — têm mesmo a sua importação totalmente proibida", explica a Eng.ª Paula Cruz Garcia.

Ter noção de que existem regras e restrições, assim como estar ciente dos riscos associados ao trazer plantas, flores, sementes, frutos ou vegetais de fora da UE, é fundamental para proteger o ambiente e ajudar a evitar a introdução de organismos nocivos. Contudo, parte da população europeia ainda está pouco sensibilizada para a importância da fitossanidade no nosso quotidiano. É aqui que a campanha #PlantHealth4Life ganha especial relevância, contribuindo para aumentar a consciência coletiva sobre os riscos para a saúde das plantas e sobre o papel que cada um de nós tem de desempenhar para as proteger. 

#PlantHealth4Life
#PlantHealth4Life

Quem viaja não deve descurar as suas responsabilidades e é muito importante que considere sempre estes pontos:

  • Não traga plantas, flores, sementes, frutos ou legumes, quando regressar de uma viagem fora da UE. Estes artigos podem, inadvertidamente, abrigar pragas ou doenças vegetais que vão colocar em perigo as plantas na UE. 
  • Cumpra as normas alfandegárias. Não transporte materiais vegetais através das fronteiras e ajude  a proteger os nossos ambientes agrícolas e naturais, deixando estes artigos fora da sua bagagem.
  • Quando vai de férias informe-se antecipadamente sobre quaisquer riscos fitossanitários nas regiões que visita e tome precauções para evitar a propagação de pragas ou doenças. Não se esqueça que até a maçã que colocou na sua mochila pode transportar convidados indesejados de uma região para outra.
  • Dentro da definição de plantas ou produtos vegetais, incluem-se plantas vivas, flores, frutos, legumes, sementes, plântulas, bolbos e quaisquer outras partes de plantas que possam potencialmente transmitir pragas ou doenças. Assim, tenha em atenção que não só a planta, como qualquer uma das suas partes isoladas constituem um risco com potencial para dizimar colheitas inteiras. Estes produtos podem parecer inofensivos, mas representam riscos significativos para a fitossanidade na UE.

Se todos praticarmos viagens responsáveis ​​e estivermos atentos às diretrizes fitossanitárias, poderemos contribuir para salvaguardar a nossa segurança alimentar e proteger o ambiente.

Este ano, há muitas oportunidades para participar na campanha #PlantHealth4Life, que percorrerá feiras, exposições e escolas nos 22 países participantes (Alemanha, Bélgica, Chéquia, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Letónia, Lituânia, Malta, Polónia, Portugal, Suécia e Montenegro).

Visite o site da campanha para ver o que está a acontecer e mantenha-se atento às novidades.

Encontrará recursos disponíveis, em todas as línguas da UE, que poderá considerar úteis, especialmente se for:

  • Um viajante curioso que gosta de explorar o mundo e a natureza.
  • Um jardineiro que cultiva e cuida dos seus legumes, flores e árvores seja em casa, no seu quintal ou mesmo na sua varanda.
  • Um pai preocupado com os alimentos que os seus filhos consomem e consciente da importância de proteger as comunidades agrícolas, o ambiente e a biodiversidade.

Manter as plantas saudáveis ​​é a nossa responsabilidade coletiva. Junte-se à #PlantHealth4Life e descubra o que cada um de nós pode fazer para melhorar a saúde das plantas, proteger a comunidade e garantir, às gerações futuras, um planeta sustentável.