A gastronomia é uma parte importante de qualquer cultura, por isso, quando vai para fora, vai querer planear bem o seu roteiro gastronómico. Em diferentes cidades, ao sair do terminal do aeroporto vai perceber que as opções de onde comer são imensas. Por um lado, poderá mergulhar nos sabores locais do seu destino, enquanto que por outro, se estiver numa grande metrópole como Londres, poderá explorar a cena de restaurantes de luxo. Mas lembre-se: há também ratoeiras para turistas como preços muito elevados.
De forma a ajudá-lo a tirar o máximo proveito da gastronomia de um país estrangeiro, sem exceder o orçamento da viagem, o Travel and Leisure partilha algumas dicas da autora do livro, Four Kitchens, Lauren Shockey. No livro, Lauren Shockey fala sobre a sua experiência de cozinhar à volta do mundo.
Conheça algumas dicas para ter uma boa experiência gastronómica fora do seu país:
Faça o seu trabalho de casa
Antes de partir, é importante fazer alguma pesquisa. Lauren Shockey, por exemplo, antes de viajar procura conhecer alguns blog locais que se dediquem à gastronomia e também faz pesquisas no Yelp (cujas fotos afirma serem muito úteis), para além das fontes tradicionais como guias gastronómicos, jornais ou artigos de revistas. Para Shockey, "a web tornou-se numa fonte cada vez mais fiável para recomendações mais em cima da hora". A escritora é também membro do clube LokaPack, cuja inscrição começa a partir dos 60 euros. Este clube oferece guias de destinos com curadoria de especialistas do setor assim como sugestões personalizadas. Contudo, os melhores conselhos são os gratuitos. Se tiver dúvidas pergunte a alguém que conheça que adore comida e viajar. Dir-lhe-á que sim, que as melhores sugestões chegam-nos de forma gratuita.
Deixe-se de rodeios: o que realmente quer comer?
Se estiver hospedado num hotel e consultar um concierge, o ideal é ser o mais específico possível, aconselha Shockey. “É melhor do que dizer que quer comida espanhola ou que tudo tem bom aspeto”, comenta. A regra aplica-se também para as pessoas conhecidas. Seja claro. “Se sabe que gosta de paella, e é isso que quer, diga claramente que quer um restaurante com preços acessíveis e que sirva a melhor paella da cidade. Ser claro e direto sobre o que quer é a melhor forma de obter ajuda”.
Não opte pelo restaurante X só porque serve comida local. Seja exigente
Lauren Shockey procura sempre comer os pratos locais dos destinos que visita, porém, as melhores versões possíveis. “Quando vivia em Hanoi, Vietname, tornei como missão pessoal encontrar o melhor bun cha da cidade, que é um prato com noodles de arroz, ervas frescas, grelhados de porco e mini crepes chineses.” Quer se trate de tacos de arrachera no México ou de ramen no Japão, procure sempre a melhor versão possível, ao invés do restaurante mais próximo. Peça sugestões a locais que gostem de um bom garfo, por norma, sabem onde comer bem com bons preços.
Salte o familiar, a menos que esteja com muita vontade
“Evite comida que pode comer em casa, apenas porque pode perder a oportunidade de ter uma experiência culinária única”, aconselha Shockey. Certos pratos que encontra em quase todo o lado na Europa ou Estados Unidos, hambúrgueres, fast food, etc, podem vir com um valor desnecessário por serem escassos no país que está a visitar. No entanto, se gostar mesmo muito de hambúrgueres e se, durante a viagem, comer um o fizer feliz, então, não hesite. Da mesma maneira que se ficar ansioso só com a ideia de comer peixe cru, o melhor será não pedir sushi mesmo que esteja no Japão. " Viajar é experimentar novas coisas, claro, mas também é desfrutar do momento em pleno.", partilha Shockey. "Não é a toa que encontra os mesmo itens nos menus do room service de diferentes hotéis e em diferentes lugares. As pessoas procuram por conforto enquanto viajam", completa.
Entre um lugar vazio e um lotado, qual será o melhor?
Pode parecer superficial, mas a lotação e a rotatividade de um espaço são indicadores importantes. Se um restaurante estiver cheio e parecer ter alta rotatividade é bom sinal. Afinal, "não vai querer comer num restaurante totalmente vazio e que não parece limpo". Se existe uma fila à entrada, é sinal que as pessoas tencionam gastar tempo e dinheiro numa refeição verdadeiramente deliciosa.
Evite as zonas turísticas
Evite lugares que têm menus turistas, do mesmo modo que deve evitar os restaurantes que têm alguém do staff na rua a chamar turistas. "Enquanto que algumas ofertas turísticas podem ser boas, na maioria das situações são versões reduzidas da cozinha local, elaboradas de forma barata.", refere Lauren Shockey.
Abasteça-se de água engarrafada
Se a água potável for um “problema” no seu destino, diz Shockey, assegure-se que bebe sempre água engarrafada. Certifique-se também que o gelo das suas bebidas foi purificado. Desconfie dos produtos frescos sempre que forem lavados com água da torneira. Aproveite os supermercados para comprar garrafas de água, uma vez que os hotéis e os restaurantes, por vezes, cobram preços absurdamente elevados para o que é. Se apanhar uma intoxicação alimentar, não entre em pânico. Existem soluções. "Por segurança, ande com Pepto Bismol e Imodium", sugere.
Não seja forreta
Quando se gasta uma quantia significativa num bilhete de avião, é normal que depois se tenha atenção ao orçamento para a viagem. Deve ter atenção com os gastos, claro, no entanto, deve também querer maximizar a experiência ao máximo. Shockey, por exemplo, diz que quando está em viagem é capaz de gastar dinheiro com coisas que, caso estivesse em casa, não gastaria, como com um jantar supérfluo. E, para Shockey, são estas pequenas coisas que a fazem sentir de férias. Até porque esse é o objetivo.
*Artigo originalmente publicado no dia 26 de junho de 2018
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