"Sem Dizer Adeus" estreou há poucos meses na Netflix. Sim, é mais um filme romântico. Sim, há o homem que só vive para o trabalho. E a mulher, que é totalmente o oposto. E sim, como em quase todos os filmes do género, os opostos vão atrair-se!
Então, o que faz de "Sem Dizer Adeus", um filme que valha a pena ver? Que se destaque entre tantos do género?
Para começar, as paisagens mágicas!
O filme é passado em Cusco, cidade situada nos Andes do Peru. Também encontramos por lá Machu Picchu. Ficamos a conhecer Salcantay, no pico da Cordilheira dos Andes. Ou Puno, uma cidade no sul do Peru, no lago Titicaca, um dos maiores lagos da América do Sul. E Paracas, uma pequena cidade portuária muito virada para o turismo. Portanto, natureza no seu melhor! Um passeio de tirar a respiração, sem sair do sofá.
Uma parte importante deste filme, e de qualquer viagem, é o que mostra da cultura local, das suas tradições, arte e história. Neste, temos a música tradicional de Cusco, vislumbres dos pratos típicos (e de uma forma de cozinhar diferente) e do Império Inca (da sua arquitectura e vestígios arqueológicos). Ficamos com a impressão de um povo simples, prático, com espírito de confiança, que valoriza a entreajuda, amizade e humildade.
Também há romance
Ariana é aquilo a que se chama uma "mulher do mundo". Sempre a viajar, não consegue estar muito tempo no mesmo sítio, mesmo que esse sítio seja aquele que guarda as suas memórias, e onde estão assentes as suas raízes.
Apesar da sua grande ligação à tia, à terra e ao povo, Ariana parece aquele tipo de pessoa que não se quer prender a nada, e a ninguém, seja de que forma for.
Salvador é um arquitecto que vive para o trabalho. Embora criativo, e bem sucedido, Salvador tem como paixão os números e, por isso, vive para o lucro. Quer sempre levar a sua ideia avante, em parte muito pressionado pelo pai, e não costuma olhar a meios, para atingir os fins, com o lema de que "tudo tem um preço". Salvador e o pai parecem uma dupla em termos familiares e profissionais.
Ao contrário de Ariana, Salvador não se deixa desprender nem por um momento.
O objetivo, e equilíbrio, é cada um deles deixar-se levar por aquilo que tenta evitar a todo o custo, ou não sabe como parar de evitar.
Para que possam ser ainda mais felizes. Sem promessas. Mas assumindo um compromisso. Portanto, mais que o romance em si, é uma descoberta e mudança em cada um deles!
A Marta é a autora do blog O meu canto, onde este texto foi publicado originalmente. Que filmes ou documentários vos despertaram a vontade para viajar? Contem-nos: sapo.viagens@sapo.pt
Comentários