Considero-me uma ‘glamper’ (termo inventado) por já ter experienciado vários e bons espaços de glamping em Portugal. E tenho agora mais uma sugestão, quiçá a melhor, de glamping (camping + glamour). Chama-se Arrábia e fica em Castelo de Paiva, mais propriamente em Raiva. E terá raiva se não reservar o quanto antes. Quando fui celebrar a quadra festiva, nem uma cabana estava livre para a passagem de ano. E, por cabana, entenda-se que estamos a falar de casas construídas em madeira com muito glamour que reconhecemos logo na decoração, na arquitetura, no jacuzzi e no espaço de varandas onde pode tomar as suas refeições.
Pode pensar que sendo inverno, jacuzzi parece não combinar. Mas garanto-lhe que eu vivia naquele jacuzzi se me deixassem durante toda a estação fria. Parece que mudamos de hemisfério e entramos nos trópicos, num ápice. Depois, quem é amante de cavalos? É que há dois cavalos amorosos sempre a acompanhar, por perto, os hóspedes. Muito respeitadores e mimosos, eles vão espreitando como quem diz um amistoso ‘bom dia’.
É idílico acordar numa das casas do Arrábia e ter um dos cavalos (ou ambos) a olharem para nós, lá de baixo. E também se despedem. Junte ao sentimento familiar o seguinte: um pequeno-almoço servido pela querida sra. Joana que nos proporciona uma visita guiada completa mal chegamos e nos ‘aconchega’ a alma no dia seguinte com um café da manhã completo e tão bem concebido. Nós, como celebrámos o nosso presépio no Arrábia, ainda fomos presenteados com um bolo caseiro enorme feito pela sra. Joana. Mal chegámos, após 300 quilómetros, recebemos este miminho no estacionamento próprio do glamping.
Tem também um espaço comum que é totalmente novo e com todos os equipamentos necessários para cozinhar, se desejar. Ou aquecer o leite para o seu filhote. Sim, este glamping é ideal também para famílias e uma linda característica: é pet friendly. A Molly e o Leão foram connosco e apreciaram tanto como nós. O Leão ficou amigo dos cavalos, a Molly saltou para a piscina no primeiro dia… de repente ainda pensei que poderia deparar-me, eu e o Diogo, com algumas cenas do filme “Marley e eu”. Mas, eles portaram-se bem (exceto a Molly ter nadado sem permissão). Tenham sempre atenção em usar a trela nos vossos patudos quando estão a cirandar, assim como assegurar que eles não estragam nada nas cabanas glamorosas. Eu, especialmente, gostei das triangulares. Veja ainda a casa da eira. Quem vive ou viveu no campo, como eu, talvez não note a novidade deste estilo de acomodação: mas é a maior e com um jacuzzi de proporção generosa. Numa verdadeira eira.
Ainda sobre o espaço comum, além da cozinha, tem espaço para jogos, para ouvir música e também um dispositivo grande para poder fazer churrasco ao ar livre. Ali perto, está uma grande piscina que, de noite, relembra o último resort estrangeiro onde estive.
Depois, quem gosta de caminhadas esteja à vontade ali mesmo dentro do Arrábia Glamping, pois tem vários trilhos, tem gatos curiosos e um baloiço telúrico de onde se pode observar o rio Douro. Aliás, de todas as varandas e janelas podem avistar o Douro. Algo que me captou a atenção e a alma: a lua e o silêncio à noite, ali na montanha.
Aproveitei, num dos dias que ali ‘habitei’, e coloquei uma bola vermelha natalícia numa das muitas oliveiras que enfeitam naturalmente este glamping. Aliás, levei também uma candeia para ver os cavalos de noite que por ali deambulam no seu quotidiano. Vou ter saudades de os ver ao acordar, de sorrir para a lua gelada antes de fechar as portadas, esconder-me no ar condicionado e conforto da casa-glamping, e de ver o Douro lá do alto. Mas, fico feliz por saber que outras pessoas irão ao Arrábia Glamping e que terão experiências sensoriais na natureza com muito glamour.
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