Rio de Onor é das mais emblemáticas aldeias de Bragança e do Parque Natural de Montesinho, tendo sido eleita, em 2017, a 7ª Maravilha de Portugal – aldeia em área protegida.
Atravessada pela fronteira com Espanha, de um lado, está Rio de Onor, do outro, Rihonor de Castilla, pelo que se diz: “uma aldeia, dois países”.
Mantém uma cultura de base comunitária e é pelas suas tradições que o interesse dos visitantes é grande. Nós encontramos também alguns motivos de curiosidade, para além do património, da cultura e da beleza das estreitas ruas e casas com varandas floridas. No centro da aldeia um artesão, que constrói bancos de madeira e ímans com a máscara dos caretos, contava que um dia abandonou a vida organizada e abastada que tinha em Lisboa para se refugiar no silêncio da aldeia. Chama-se Pedro e passou de executivo a artesão, não revelando nem sobras de arrependimento. Trabalha sem horários, sem pressões, faz apenas o que quer e o que gosta, ganha pouco mas assegura que precisa de menos ainda do que aquilo que tem.
Sentimo-nos tentados a comprar um íman com uma máscara negra, típica dos caretos da aldeia, que em vez de medo transporta uma mensagem de vida simples e feliz.
Já na aldeia de Montesinho, localidade que dá nome ao Parque Natural de Montesinho, a surpresa encontramo-la no interior da igreja. Por fora a rigidez e frieza do granito, escurecido pelos anos, por dentro o brilho ofuscante da talha dourada dos altares. E é aqui, no meio deste brilho, numa aldeia que no inverno tem menos de 30 habitantes, que acontece a iniciativa “Música na Paisagem”, um evento de musica clássica que traz grandes nomes internacionais a esta pequena povoação. Na ultima edição, que aconteceu em setembro de 2021, os protagonistas foram o pianista Jun Bouterey-Ishido, a violinista Matilde Loureiro e o clarinetista Horácio Ferreira, que interpretaram obras de B. Bartók, D. Scarlatti, F. Chopin, G. Enescu, J.S. Bach e M. Ravel.
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