Antes de me ter tornado sobretudo viajante internacional, os rooftops não me faziam totalmente sentido. Sou uma rapariga de ‘pés bem assentes na terra’, literalmente. Mas à medida que fui fazendo ‘pop-on’ por alguns países e cidades do mundo, percebi que subir ao topo de determinados edifícios pode ser, por si só, uma das melhores surpresas no itinerário que agendámos. Não tem de ser o melhor rooftop, mas há os ícones e também estive nesses. Ora então fica aqui uma lista curta, mas com grande vista. Prometa que os vais visitar, afinal estão todos ‘próximos’: foco hoje três topos do Oriente, mais propriamente no sudeste asiático.

Primeiro: começo por um dos mais icónicos, o rooftop do hotel Marina Bay Sands, em Singapura. Neste rooftop vai encontrar, sobretudo, duas coisas em destaque: a piscina de rooftoop maior do mundo e uma vista incrível para toda a cidade, mas especialmente para os jardins urbanos mais bonitos do planeta. Usei mundo e planeta, certo? É que foi essa a minha sensação quando lá estive, tudo em escala quase galática. As condições premium deste rooftop vão deixá-lo de boca aberta, também. É mesmo um must-have para o seu 2021. E não precisa estar hospedado no hotel para tocar neste céu oriental, mas tem de adquirir um bilhete para, em 30 segundos, subir de elevador até ao observatório.

Usufrua do bar (se quiser atirar-se à piscina mais alta do mundo, tem de ficar hospedado pelo menos uma noite) e deixe-se dominar pela luz do sol e pela vista dos jardins icónicos de Singapura. E, quando voltar ao solo, olhe bem alto e volte a perceber a fantasia que parece este hotel. Uma espécie de navio suspenso com os edifícios do hotel a amparar por baixo. Foi esta a imagem que eu trouxe. É esta a imagem que verá se pesquisar imagens aéreas e do solo. Mas vá lá, escale e inspire-se com uma das cidades mais modernas do globo. Tudo é uma questão de perspetiva, mas aquele rooftoop parece de uma outra galáxia.

Segundo: além da vista panorâmica e do pôr-do-sol, há outra coisa muito procurada: a altura. Há pessoas que procuram viagem estilo guinness e incluem nas suas viagens os edifícios mais altos do mundo para a escalada. E fazem-no muito bem! Ora um deles é o Petronas Twin Towers, em Kuala Lumpur. Se vem de Singapura, pode fazer uma viagem de 10 euros (caso não vá atracado de bagagens) até à Malásia com companhias como a Air Asia. No distrito financeiro, onde encontra uma Malásia distinta, vai deparar-se com um dos maiores arranha-céus do planeta. Na verdade, são dois edifícios que se unem por uma ponte maciça muito elegante que ainda torna a viagem aos céus mais desafiante. Eu senti mesmo uma intermitência qualquer nos batimentos cardíacos quando cheguei a essa ponte e ainda não tinha arranhado o céu! Há sempre filas exigentes para subir, mas todos o podem fazer.

Deixo uma dica: eu utilizei o meu cartão de docente quando estava a pagar o ticket de entrada e isso dá um desconto de 50%. Já sabe, se for professor, educador ou estudante utilize as ‘suas credenciais’ e suba todos os andares por metade do preço. Prepare-se para esta sensação mental e respiratória: à medida que sobre os 88 andares a respiração convém ser abrandada pois o ar fica mais rarefeito. E sentimos um solavanco estupendo no nosso corpo e nas nossas sensações desde os pés à cabeça! A 1230 metros de altitude usufruiu do elevador numa viagem silenciosa e do miradouro que tem dentro do edifício para ver além do distrito financeiro.

Terceiro: um rooftop em que o luxo não importa, mas sim o skyline lindíssimo que fica extremamente acessível caso queira escolha hospedagem na rua mais barulhenta e interessante da capital da Tailândia: Dang Derm hotel. Por 30 euros por noite (pequeno-almoço bom e incluído) pode ter acesso a um dos skylines que mais me impressionou. Não se tratava de um Marina Bay Sands, mas dali, de facto, pode estar dentro da piscina a observar a linha do pouso do sol com cores indescritíveis. Suba cedo, porque no Oriente, seja qual for a estação do ano, anoitece pelas 18h. E especialmente, neste rooftop, tive um silêncio diário que me acalentava a vontade de regressar das tours para agarrar o elevador e ir até ao céu da Tailândia. Apesar de estar no meio da azáfama da Rua da Rosa (Khaosan Road), acredite que estes finais do dia são o equilíbrio enérgico que precisa para continuar viagem naquelas bandas. É renascer enquanto vê as cores alaranjadas do céu ‘budista’.