O regresso dos turistas estrangeiros ao território nacional proporcionou uma melhor performance dos negócios portugueses, tendo a faturação dos negócios por cartões estrangeiros aumentado 82,5% no período entre 1 de julho e 15 de setembro, quando comparado com o mesmo intervalo de 2021. Deste grupo, o destaque vai para os franceses, que apesar de terem diminuído 7 pontos percentuais de peso no total da faturação estrangeira, continuam a representar a maior fatia do consumo estrangeiro em Portugal (18% do total). Atrás surgem o Reino Unido (com 14% do total da faturação estrangeira), a Irlanda (com 11%), os Estados Unidos (com 10%), e Espanha (com 9%).

"Os resultados obtidos pelos negócios durante os meses de verão são o reflexo de um conjunto de fatores impulsionadores do aumento da faturação. Desde logo, o facto de este ter sido o primeiro verão sem a aplicação de restrições à circulação de cidadãos entre países derivado do controlo da pandemia de Covid-19, o que originou uma maior confiança dos consumidores (nacionais e estrangeiros) a regressar aos principais pontos turísticos do país", explica Tiago Oom, Diretor Comercial da UNICRE e porta-voz oficial do REDUNIQ Insights.

"Em paralelo, Portugal está neste momento a colher os frutos de uma forte aposta, a nível de investimento e de promoção, no turismo, sobretudo para atrair o turismo externo. Por fim, o próprio cenário inflacionista tem promovido o aumento generalizado de produtos e serviços ligados ao setor turístico, o que acaba por também contribuir para o crescimento da faturação destes negócios", acrescenta.

O consumo nacional em hotelaria registou um decréscimo de 6% face ao período homólogo, um resultado que, segundo Tiago Oom, "se poderá justificar com uma contenção dos gastos das famílias portuguesas face ao crescimento da inflação".

Numa análise geográfica, os distritos mais turísticos, nomeadamente Lisboa, Açores, Faro, Madeira e Porto, apresentam todos valores de faturação superiores ao mesmo período do ano passado, com crescimentos de 43%, 36%, 36%, 32% e 28%, respetivamente. Especificamente quanto ao consumo estrangeiro, o destaque vai para Lisboa e Açores, que apresentam uma variação mais significativa, registando um aumento de faturação de 125% e 103%, respetivamente.