Além das duas estruturas, que vão ficar instaladas no porto de pesca de Quarteira, num espaço cedido pela Docapesca, que gere os portos e lotas portugueses, o antigo edifício dos faroleiros, situado no centro da cidade, vai ser reconvertido em cinco apartamentos para alojar a tripulação necessária.

Segundo o comandante da Zona Marítima do Sul, Nuno Cortes Lopes, os agentes que vão integrar a guarnição e as embarcações da nova Estação vão começar a ser afetos, gradualmente, a partir de 30 de junho do próximo ano, altura em que se iniciará a sua operacionalização.

A obra, da responsabilidade da Autoridade Marítima Nacional (AMN), mas que vai ser financiada pela Câmara de Loulé em 725 mil euros, vai permitir "incrementar signficativamente a segurança das pessoas", referiu aquele responsável à Lusa, à margem da cerimónia.

Segundo explicou aquele responsável, as duas infraestuturas vão ter funções diferentes no âmbito da AMN, com a tripulação da Estação Salva-Vidas a garatnir o socorro em caso de acidente nas proximidades, e a do posto marítimo a assegurar a fiscalização e policiamento numa área onde, no verão, a população aumenta significativamente.

"Havia aqui uma lacuna de cerca de 30 milhas entre a Estação Salva-Vidas de Ferragudo, em Portimão, e a de Olhão, e, com este protocolo, o dispositivo no Algarve ficará garantido", sublinhou aquele responsável à Lusa, notando que operam no porto de pesca de Quarteira 250 embarcações.

Segundo aquele responsável, a Estação terá, no início, três tripulantes e uma embarcação semirrígida, à semelhança de praticamente todas as estações da região, à exceção da de Sagres, no concelho de Vila do Bispo, dotada de maior capacidade por se situar numa zona oceânica com características específicas.

A assinatura dos protocolos, entre a AMN e a Docapesca e entre a AMN e a Câmara de Loulé, foi presidida pela ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, que considerou, em declarações aos jornalistas, que o Algarve passa agora a estar muito mais coberto, ao nível da segurança da navegação e das pessoas e bens.

"As pessoas podem sentir-se mais seguras quando vão nadar, assim como as tripulações das embarcações, quando vão para o mar. Demos uum passo em frente na segurança do Algarve", referiu, sublinhando que apesar de a Câmara de Loulé financiar a obra, este projeto tem uma "abordagem tripartida", partilhada também pela AMN e a Docapesca.

Na cerimónia, o comandante geral da Polícia Marítima, Luís Sousa Pereira, admitiu que a nova estação e o reforço da segurança marítima já era uma necessidade antiga em Quarteira, contudo, "nunca tinha sido possível encontrar fonte de financiamento" o que aconteceu agora, com o apoio da Câmara de Loulé.

O presidente da Câmara de Loulé, Vítor Aleixo, classificou como "uma enorme alegria" poder ter de volta a Marinha à cidade de Quarteira, presença que há algumas décadas "lentamente tinha desaparecido" e que agora é recuperada.

Fonte: Lusa