No sábado, inicia a primeira temporada de verão com cruzeiros pelo Mediterrâneo ocidental a partir de Barcelona, o primeiro dos quais, o inaugural, com mais de 130 portugueses de um total de pelo menos 5494 turistas a bordo, indo depois durante o inverno navegar pelas Caraíbas, num total de 52 partidas anuais.
A informação foi dada pela companhia Royal Caribbean à agência Lusa, durante o cruzeiro pré-inaugural de três dias para a comunicação social, com 250 jornalistas, 18 dos quais portugueses, pelo sul de Espanha, entre Málaga e Barcelona.
O navio, de 228 mil toneladas, 362 metros de comprimento e 66 de altura, representa um investimento de 1,17 mil milhões de euros e começou a ser construído em outubro de 2015 no estaleiro de Saint Nazairre, no sul de França, onde ficou concluído em definitivo há cerca de uma semana e foi lançado ao mar.
Tem 2.774 camarotes com capacidade para hospedar até 6.780 turistas e a tripulação é composta por 2.175 pessoas de 60 nacionalidades diferentes, sendo que 16 delas são portuguesas.
É o caso de Fernando Jorge, 38 anos, de Lisboa e há 15 anos a trabalhar em cruzeiros.
“Comecei na área de serviço ao cliente na receção e estive em mais de 20 navios até agora”, conta à agência Lusa o agora diretor-geral, que reparte férias entre Portugal e o Canadá, país de onde é originária a esposa.
Inês Antunes, 35 anos, da Lourinhã, é uma das três enfermeiras-chefes do hospital do navio.
“Tinha um sonho de fazer um cruzeiro, adoro a minha profissão como enfermeira e tentei juntar o útil ao agradável. Vim por cinco meses e já lá vão cinco anos e meio a trabalhar em cruzeiros. Já dei três voltas ao mundo”, conta à Lusa.
Outro dos portugueses chama-se Ruben Pereira, 32 anos, de Leira e responsável pela área técnica e artística do Estudio B, uma das principais salas de espetáculos do navio.
Há sete anos na companhia, foi a bordo que conheceu a namorada, da Austrália, com quem está de casamento marcado.
Enquanto os artistas ensaiam para o espetáculo de dança no gelo, inovador no mundo dos cruzeiros com patinadores a dançar ao ritmo de músicas, Ruben salienta que o Estudio B é “uma sala que se transforma e se adapta a cada espetáculo”, “capaz de rivalizar” com as melhores salas do mundo, condições que o “permitiram crescer profissionalmente”.
Um naufrágio como o do ‘Titanic’, celebrizado no cinema, seria hoje improvável no ‘Symphony of the Seas’, porque, com a tecnologia existente a bordo, “a qualquer momento na sala de controlo conseguem saber a temperatura individual em cada quarto e ativar sistemas”, explica o diretor-geral, dando o exemplo de que “se houvesse uma área que estivesse inundada, o navio conseguiria chegar ao próximo porto” em segurança.
O ‘Symphony of the Seas’ oferece diversas experiências culturais, de lazer, gastronómicas e até tecnológicas aos passageiros sejam crianças ou adultos.
Entre as inovações no mundo dos cruzeiros, contam-se um espetáculo no gelo, com patinadores a dançar ao ritmo de músicas, um bar onde os robôs substituem os empregados e a bebida é pedida através de um ‘tablet’, um escorrega de 30 metros de altura, um teatro para acrobacias aquáticas, um restaurante com cozinha de infusão, ‘paintball’ com armas a laser e um jardim com árvores e plantas de cerca de duas mil espécies e onde se consegue ouvir o barulho de aves e cascatas de água.
A bordo há também preocupações ambientais, com reciclagem das águas e de todos os resíduos produzidos a bordo, produção da energia que consome, utilização de combustível com menor teor de enxofre e sistemas de purificação que permitem remover mais de 97% das emissões de dióxido de enxofre gerados pelos motores.
A Royal Caribbean, com 60 mil trabalhadores, 40 navios a operar (dos quais 25 são de cruzeiros) e 25% da quota do mercado dos cruzeiros, fatura por ano 7,3 mil milhões de euros.
Com 11 navios em construção, pretende aumentar em 30% a sua capacidade, aumentando em 40 mil o número de camas e em mais de dois milhões o número de passageiros nos próximos seis anos.
A Melair Cruzeiros é a representante para Portugal.
Fonte: Lusa
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