O diretor executivo (CEO) da Lusorecursos, Ricardo Pinheiro, disse à agência Lusa que o objetivo é “proporcionar visitas guiadas às zonas de extração e industrial” do empreendimento que está a ser projetado para a freguesia de Morgade, na zona Norte do distrito de Vila Real.
O responsável referiu que se pretende tornar o projeto também numa atração turística para este território e lembrou que tem sido crescente o interesse dos turistas por este tipo de atividade.
Para o efeito, vão ser construídos 10 quilómetros de passadiços que irão passar pela zona de extração do minério. A exploração em Sepeda vai ser feita a “céu aberto”, sem recursos a explosivos e com a utilização de uma máquina, tipo uma fresadora agrícola, que vai ripando a rocha.
O projeto inclui ainda uma zona industrial, onde vai ser feito o processamento de hidróxido de lítio a utilizar posteriormente nas baterias elétricas.
O percurso de visita vai sair de um centro de investigação e desenvolvimento para a valorização dos recursos minerais do Barroso, que se pretende que fique instalado num antigo centro de formação agrícola, na localidade de Morgade.
“Estamos a negociar esse antigo centro de formação agrícola que queremos transformar num centro de excelência para a valorização de recursos minerais”, frisou.
Ricardo Pinheiro disse ainda que uma das prioridades é ajudar ao regresso “de filhos da terra”, ou seja, de emigrantes ou migrantes naturais de Montalegre.
Não se pretende criar aldeamentos mineiros, ao invés, a ideia é incentivar e ajudar na reconstrução e revitalização das aldeias que estão na área de concessão.
“O combate à desertificação passa, em primeiro lugar pelas gerações que tiveram que emigrar”, sublinhou.
O projeto é também acompanhado de um “plano de recuperação ambiental”, que prevê uma reflorestação contínua nos aterros que vão sendo feitos com a extração do minério e quer ainda ajudar a financiar projetos de conservação do território classificado como Património Agrícola Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
O responsável adiantou que a empresa está a aguardar, neste momento, pela assinatura formal do contrato de exploração com o Estado.
Ricardo Pinheiro prevê que, se tudo correr bem, a exploração possa arrancar “em 2020”. “Em 2022, teremos que ter produto acabado para entregar hidróxido de lítio aos compromissos que temos com os nossos clientes”, frisou.
A procura mundial pelo lítio, usado na produção de baterias para automóveis e placas utilizadas no fabrico de eletrodomésticos, está a aumentar e Portugal é reconhecido como um dos países com reservas suficientes para uma exploração comercial economicamente viável.
Fonte: Lusa
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