O centro está instalado na antiga casa florestal do Fojo, num ponto de passagem obrigatória para o miradouro das fisgas de Ermelo, estando, neste momento, o acesso cortado devido às obras de instalação de uma plataforma de observação que visa melhorar as condições de visita às quedas de água que têm um desnível de 400 metros e são consideradas uma das maiores da Península Ibérica.

“Houve uma preocupação grande de valorizarmos as fisgas, o Parque Natural do Alvão (PNA) e a aldeia de Ermelo, mas também que a partir daqui possamos divulgar o concelho num todo”, afirmou o presidente da Câmara de Mondim de Basto, Bruno Ferreira, que falava aos jornalistas após a cerimónia de inauguração do centro, nesta quarta-feira. A obra custou cerca de 280 mil euros e foi financiada em 240 mil euros.

Neste “novo produto turístico do concelho” é possível descobrir, através de painéis interativos, os principais locais a visitar, como o santuário da Senhora da Graça, que é possível observar através da janela do centro, mas também onde comer e onde dormir.

O espaço dá ainda a conhecer Ermelo e gentes que se dedicam às principais atividades da aldeia, como o pastor, o apicultor, a tecedeira ou ainda o contador de histórias.

Cascata de Fisgas do Ermelo: para os amantes da natureza
Fisgas de Ermelo créditos: CM Mondim de Basto

No miradouro para as Fisgas do Ermelo está a ser colocada uma plataforma de madeira amovível, sem elementos de fixação ao solo, com grades de proteção para assegurar a segurança, sem qualquer tipo de intervenção invasiva que possa prejudicar o património existente.

A previsão inicial apontava para que o miradouro estivesse acessível aos turistas neste verão, no entanto, Bruno Ferreira disse que “começa a ser difícil” que a obra fique concluída neste prazo e explicou que, no decorrer da empreitada, foi necessário proceder a alguns ajustes ao projeto “para cumprir as regras estabelecidas para a aprovação do projeto”.

O projeto só foi aprovado pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) em maio do ano passado, depois de apresentadas várias versões por parte do município.

Levadas do Alvão, outro produto turístico da região

A Câmara de Mondim de Basto quer valorizar, divulgar, sinalizar e conservar a rede de cinco levadas do Alvão, que já são uma atração turística do concelho.

Bruno Ferreira adiantou que, para o efeito, o município submeteu uma candidatura no valor de 480 mil euros ao programa Valorizar, do Turismo de Portugal.

O objetivo é, concretizou, “alavancar a promoção, a divulgação e a conservação das levadas do Alvão” que são muito procuradas pelos turistas que se deslocam ao concelho do distrito de Vila Real.

Pela serra do Alvão existem levadas, ou seja, canais feitos pelo homem para transportar água para irrigação de campos agrícolas e que são semelhantes aos que são uma atração turística na ilha da Madeira.

Levadas do Alvão
Levada do Piscaredo créditos: levadasdoalvao.pt

No ano passado, o município apresentou uma rede de cinco levadas, as mais utilizadas pelas empresas de animação turística, as quais percorrem 44 quilómetros e aliam a água à floresta.

Foi também criada a plataforma ‘online’ levadasdoalvao.pt, onde é disponibilizada informação sobre as levadas de Piscaredo, Vilarinho, da Porca Russa, do Moinho do Lombo e a de São João São e visa “facilitar ao máximo a visitação” no concelho.

A levada de Piscaredo é construída em granito, liga ao longo de 8,8 quilómetros Vilar de Ferreiros à vila de Mondim de Basto, é alimentada por água dos rios Cabrão e Cabril e é já uma das mais procuradas pelos adeptos do turismo de natureza.

Bruno Ferreira salientou que, agora, se pretende “fazer um 'upgrade' daquilo que é a valorização que as levadas do Alvão precisam, nomeadamente a nível da sinalética, da criação de infraestruturas e a nível da comunicação”.

“O município de Mondim de Basto deu o pontapé de saída, com meios próprios, mas a verdade é que, com financiamento, poderemos criar um produto com outra qualidade”, afirmou.

Em Mondim de Basto, as levadas aliam-se às Fisgas de Ermelo, quedas de água com 400 metros, no rio Olo, bem como à Senhora da Graça, localizada no alto do Monte Farinha e conhecida por acolher o final de uma etapa da Volta da Portugal em bicicleta, sendo palco para outras iniciativas ligadas ao desporto de natureza.