![Milhares de pessoas sobem a um vulcão ativo na Indonésia para ritual centenário](/assets/img/blank.png)
Milhares de fiéis hindus escalaram um vulcão ativo na Indonésia esta segunda-feira (5) para atirar animais, comida e outras oferendas para o interior da sua cratera fumegante numa cerimónia religiosa secular.
Os devotos carregaram cabras, galinhas e vegetais nas costas até ao topo do Monte Bromo, mais de 800 quilómetros a leste de Jacarta, como parte do festival Yadnya Kasada. Todos os anos, os membros da tribo Tengger reúnem-se no topo deste vulcão, na esperança de agradar aos seus deuses.
Slamet, um agricultor de 40 anos, conta que levou um bezerro como oferenda.
"É um ato de gratidão a Deus por nos dar prosperidade. Nós devolvemo-lo a Deus para que possamos voltar aqui no próximo ano", disse à AFP.
O cordeiro também teve sorte e foi oferecido a um morador após as orações, ao invés de ser atirado ao vulcão.
Alguns aldeões que não pertencem à tribo Tengger foram para as encostas íngremes da cratera, equipados com redes na tentativa de interceptar as oferendas lançadas no abismo e evitar que fossem desperdiçadas.
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O fazendeiro Joko Priyanto trouxe alguns dos seus produtos, principalmente repolhos e cenouras, para atirar na cratera fumegante. "Espero receber uma recompensa de Deus todo-poderoso", disse o homem de 36 anos.
Este ritual tem as suas raízes no folclore do século XV do reino Majapahit, um império hindu-budista javanês que se estendia pelo sudeste da Ásia. Diz a lenda que a princesa Roro Anteng e o seu marido, incapazes de ter filhos após anos de casamento, imploraram a ajuda dos deuses.
As suas orações foram atendidas com a promessa de que teriam 25 filhos, sob uma condição: a de sacrificarem o seu filho mais novo, atirando-o ao Monte Bromo. Segundo a lenda, o seu filho saltou, voluntariamente, para o vulcão para garantir a prosperidade do povo Tengger.
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