De acordo com "o decreto para a qualidade do ar" adotado em 2020 por Milão, "a partir de 1 de janeiro de 2025, a proibição de fumar será estendida a todos os espaços públicos, inclusive as ruas".
Uma proibição que não agrada Morgan Ishak, fumador entrevistado pela AFPTV: "A nova lei é excessiva", afirma.
"Concordo em não fumar em ambientes fechados, ou perto de uma pessoa idosa ou de uma criança, mas proibir fumar ao ar livre limita um pouco a liberdade individual, e para mim isso é um exagero", disse.
Por outro lado, Stellina Maria Rita Lombardo, uma milanesa de 56 anos que trabalha numa escola, afirmou "concordar totalmente" com a nova medida. Stellina, que não fuma, considera que fazê-lo "cria muita poluição, num momento em que sofremos muito com a mudança climática".
A regulamentação, que não inclui os cigarros eletrónicos, permite uma exceção: "Locais isolados onde é possível respeitar uma distância de pelo menos dez metros das outras pessoas". Mas numa cidade tão densa e povoada como Milão isso é difícil, exceto durante a noite.
Caso não respeitem a proibição, podem ter que pagar multas entre os 40 e 240 euros.
Em Milão, fumar já é proibido desde 2021 em espaços verdes públicos (exceto quando era possível respeitar uma distância de segurança de dez metros), em parques infantis, paragens de autocarro e de táxi, assim como em todas as instalações desportivas.
Um em cada cinco italianos fuma
Frequentemente afetada por índices de poluição de partículas finas e óxidos superiores aos padrões recomendados, esta cidade rodeada por um denso tecido industrial está muito atenta ao combate à poluição atmosférica, e ainda mais tendo em vista os Jogos Olímpicos de Inverno de 2026, que serão organizados em parceria com a estância de esqui Cortina.
Itália lançou a luta antitabagismo em 1975 com uma proibição limitada aos transportes públicos. Em 1995, foi ampliada às administrações públicas e em 2005 a todos os locais públicos fechados.
Quase um em cada cinco italianos fuma, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (Istat) de 2023. E o consumo de tabaco causa 93.000 mortes anualmente, segundo o Ministério da Saúde.
Estes números colocam a Itália abaixo da média da União Europeia (24%). Na UE, o país com a menor população fumadora é a Suécia (8%) e o que apresenta a pior taxa é a Bulgária (37%).
A medida de Milão faz parte de um movimento global que visa a erradicação do tabaco, como no México, que proibiu fumar em alguns bairros do centro histórico em 2022.
Entre os países mais ambiciosos, o Reino Unido quer tornar-se progressivamente um país livre do tabaco. De acordo com um projeto de lei em fase de aprovação, as pessoas nascidas depois de 2009 não poderão comprar cigarros legalmente.
Além desta proibição geracional, o Reino Unido quer proibir o fumo em espaços externos, como parques infantis e perto de escolas e hospitais.
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