Na segunda-feira, o presidente da Indonésia, Joko Widodo, anunciou o plano de construir uma capital inteiramente nova, a partir do zero, enquanto a atual, Jacarta, está, lentamente, a afundar. A localização da nova capital, segundo a CNN, fica no meio da selva na ilha de Bornéu, perto das cidades de Balikpapan e Samarinda.
O presidente justificou que a escolha da nova localização se deve ao fato de ser uma zona de "mínimo risco" de desastres naturais como tsunamis, terramotos e erupções vulcânicas que castigam com frequência outras ilhas do arquipélago. De acordo com o presidente, a relocalização da capital deverá custar 466 triliões de rupias (cerca de 29,3 mil milhões de euros), onde cerca de 19% desse dinheiro viria do governo e o restante de investidores privados.
Jacarta está a afundar sendo que algumas áreas estão a afundar mais de dois centímetros por ano, devido ao facto de Jacarta ter sido construída em terreno pantanoso, mas também devido à proximidade com o mar, o que torna a cidade um local com elevado risco de inundações. Ao ritmo atual, um terço da cidade pode estar submersa até 2050, segundo especialistas. Além das inundações, a CNN refere que a poluição do ar está a tornar a cidade quase inabitável para os 10 milhões de cidadãos.
A ideia de mudar a capital para Bornéu não agrada a todos. Segundo o World Wildlife Fund, a ilha é um dos mais "biologicamente diversificados habitats na Terra, possuindo um número incrivelmente alto de plantas e animais únicos". No entanto, esses animais já estão sob ameaça devido ao desmatamento para extração de madeira, bem como para culturas como o óleo de palma, que ameaçam especificamente a delicada população de orangotangos. Os ambientalistas temem que a construção da nova capital neste território venha agravar as condições da vida selvagem na zona.
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