Mais de 30 mil pessoas fugiram das chamas na ilha grega de Rodes, na "maior operação de evacuação já realizada na Grécia", que registou incêndios pelo sexto dia consecutivo neste domingo (23).
Centenas de turistas aguardavam no aeroporto internacional de Rodes à espera de voos de regresso a casa. Várias companhias suspenderam voos em direção à ilha.
Desde o início do verão, temperaturas extremas sufocam dezenas de milhões de pessoas em grande parte do hemisfério norte. Segundo as previsões de especialistas, julho pode vir a ser o mês mais quente já registado na história.
O fogo avançou pelo sexto dia consecutivo no sudeste de Rodes, uma ilha no Mediterrâneo com 100 mil habitantes situada no arquipélago do Dodecaneso.
Apoiados por cerca de 50 viaturas, dez aviões Canadair e oito helicópteros, mais de 250 bombeiros continuaram a combater as chamas, alimentadas por ventos de 50 km/h.
Foram relatados 46 novos incêndios em 24 horas, de acordo com a corporação de bombeiros.
No sábado, cerca de 30 mil pessoas tiveram que deixar as suas casas e hotéis devido ao avanço dos focos. Os turistas evacuados passaram a noite em ginásios, escolas ou centros de conferências.
"Esta é a maior evacuação já realizada na Grécia (...) Correu tudo bem. Todos, principalmente os turistas, cumpriram as nossas ordens", afirmou a porta-voz da polícia, Konstantia Dimoglidou.
No total, 12 cidades foram evacuadas, incluindo Lindos, um dos principais destinos turísticos da ilha.
As chamas atingiram a cidade de Laerma na noite de sábado, queimando várias casas e uma igreja. Também se espalharam para Kiotari e Gennadi Lardos.
Paul F., um alemão de 23 anos, contou que ele e a sua amiga estavam a dormir na praia quando despertaram e perceberam que estava deserta. Correram para o hotel e fizeram as suas malas enquanto na recepção, toalhas húmidas eram distribuídas para que os hóspedes se protegessem da fumaça.
"Estava tão quente e a fumaça era tão densa que não aguentaríamos mais de dez minutos", explicou. Foram depois evacuados para outro local.
Voos cancelados
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Grécia abriu um gabinete de crise em Atenas para facilitar a repatriação dos estrangeiros.
A TUI, a empresa de turismo número um do mundo, e a britânica JeT2 suspenderam voos para a ilha. Os aviões voaram vazios para levar os turistas de volta aos seus países de origem.
A operadora de turismo holandesa Corendon anunciou uma interrupção semelhante, segundo a imprensa.
De acordo com as autoridades, ainda serão necessários vários dias para controlar as chamas, agravadas por fortes ventos.
A previsão da temperatura para os próximos dias não é melhor. "Segundo os nossos dados, provavelmente vamos enfrentar entre 16 e 17 dias desta onda de calor, algo que nunca aconteceu antes no nosso país", disse Kostas Lagouvardos, diretor de investigador do Observatório Nacional.
Todos os sítios arqueológicos da Grécia, incluindo a famosa Acrópole de Atenas, estarão fechados ao público durante as horas mais quentes do dia.
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