A Espanha viveu um "grande verão" para o turismo, com mais lucros do que antes da pandemia, divulgou ontem a Exceltur, a associação de empresas do setor turístico espanhol, que alerta ainda que a inflação reduziu as suas margens e poderá desacelerar a atividade turística no resto do ano.
"Fechámos um grande verão de 2022 em termos de receitas - mas não de margens e resultados de negócios - na maioria dos destinos espanhóis, superando as de 2019", o ano anterior à pandemia de covid-19, indicou a Exceltur em comunicado.
A recuperação do setor foi tal que o turismo foi "o suporte da economia espanhola no terceiro trimestre", representando "72,2% do crescimento do PIB espanhol" neste período, disse a associação.
Um resultado que confirma os dados divulgados há uma semana pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) espanhol, que mostravam que o número de turistas estrangeiros disparou no verão passado, para 17,9 milhões, ainda que não tenha sido atingido o valor pré-pandemia (20 milhões).
De acordo com a Exceltur, os setores mais favorecidos pela recuperação, principalmente na sequência da "procura retida durante os anos da pandemia", foram os hotéis, com mais 9,2% de lucros entre julho e setembro do que no mesmo período de 2019, atividades de lazer (+4,9%) e museus (+3,7%).
Quanto às regiões, no país que antes da crise sanitária era o segundo destino turístico do mundo, as que mais sentiram a recuperação foram os arquipélagos populares das Ilhas Baleares (+10,1% face a 2019) e as Ilhas Canárias ( +8,7%), mas também zonas do interior, como La Rioja (+9,2%) ou Castilla y León (+5%).
Mas "o saldo dos resultados do negócio de turismo para o verão de 2022 foi mais uma vez prejudicado pelo forte aumento dos custos" face à escalada da inflação, disse a Exceltur.
Fotografia de Madrid: Alexander Awerin/Unsplash
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