No entanto, as empresas estão a apostar principalmente em quem já reside na reluzente cidade do deserto para dinamizar a sua economia em crise e fazer um teste antes do regresso dos turistas estrangeiros.
"Calorosas boas-vindas ao seu segundo lar", dizem os adesivos para passaportes no aeroporto de Dubai, onde os funcionários usam roupas de proteção contra materiais perigosos e assistentes disponibilizavam equipamentos de proteção individual.
A turista italiana Francesca Conte disse à chegada que teve receio até ao último minuto que o seu voo fosse cancelado.
"Quando vi os passageiros a fazerem fila na porta, pensei que não voaríamos, já que a viagem para o Dubai já tinha sido adiada três vezes", disse Conte.
Ela contou que se sentiu triste "ao ver espaços vazios" no avião e as assistente e restante equipa de bordo "vestidos como enfermeiras e médicos", com batas de laboratório.
A reabertura esta terça ocorreu num momento em que o número de casos de COVID-19 nos Emirados Árabes aumentou para 52.600, entre eles 326 vítimas fatais, com milhões de trabalhadores estrangeiros que moram em alojamentos estreitos particularmente afetados.
Os turistas que chegam devem apresentar os resultados negativos dos seus testes para a COVID-19, realizado no máximo quatro dias antes do voo.
Caso contrário, podem se submeter ao exame ao chegar, mas devem isolar-se até receberem a autorização.
O turismo foi, durante muito tempo, o salva-vidas do emirado, um dos sete que formam os Emirados Unidos. A época alta começa em outubro, quando o calor sufocante do verão no Golfo começa a dissipar-se.
Economia castigada
O Dubai recebeu mais de 16,7 milhões de visitantes no ano passado, e antes da pandemia paralisar as viagens internacionais, o objetivo era alcançar em 2020 um total de 20 milhões de turistas.
"Estamos prontos para receber turistas e tomamos todas as precauções necessárias", disse Talal al-Shanqiti, da Direção Geral de Residência e Assuntos de Estrangeiros de Dubai, numa mensagem em vídeo publicada no Twitter no passado domingo.
Com escassos recursos petroleiros em comparação aos vizinhos, o Dubai construiu a economia mais diversificada do Golfo, com uma reputação como centro financeiro, comercial e turístico.
A cidade-Estado é conhecida por seus megashopping centers, restaurantes de alto padrão e hotéis e resorts cinco estrelas.
Mas todos estes setores sofreram um forte golpe durante o surto do coronavírus e o PIB do Dubai encolheu 3,5% no primeiro trimestre de 2020 após dois anos de um crescimento modesto.
A companhia aérea Emirates, com sede em Dubai e a maior do Oriente Médio, viu-se forçada a reduzir a sua extensa rede e acredita-se que tenha despedido milhares de funcionários.
Antes de voltar a receber os turistas internacionais, as autoridades lançaram campanhas massificadas e iniciaram uma campanha nas redes sociais com centenas de "pessoas influentes" para promover as atrações de Dubai.
Retomar a atividade hoteleira concentrando-se "principalmente no mercado interno é um primeiro passo importante no nosso enfoque gradual para restabelecer a normalidade na indústria do turismo", disse Issam Kazim, CEO da Corporação de Dubai para o turismo e o comércio.
Impulsionar o turismo doméstico também é parte da estratégia do outro destino dos Emirados, a rica capital petroleira Abu Dabi, que recebeu em 2019 um recorde de 11,35 milhões de visitantes internacionais.
A capital dos Emirados Árabes Unidos abriga as principais atrações, incluindo um circuito de F1 e o museu do Louvre Abu Dabi, que no fim de junho abriu as portas a visitantes com máscaras e luvas, depois de passar 100 dias fechado.
Comentários