O Douro foi classificado como Património Mundial da Humanidade em dezembro de 2001, celebrando-se este ano os 20 anos do reconhecimento pela UNESCO.
“Ainda não exploramos tudo, ainda estamos longe de explorar tudo aquilo que o Douro nos pode entregar e garantir”, afirmou Rita Marques, que hoje visitou o concelho de Sabrosa e percorreu a Estrada Municipal 323, que o município transformou numa via panorâmica, com 11 miradouros sobre as vinhas e os rios Pinhão e Douro.
Para a governante, o reconhecimento do Douro como Património da Humanidade “comporta imensas oportunidades, mas também muitas responsabilidades para todos”.
“E temos que ir navegando por essas águas para encontrar as melhores soluções para continuar a perpetuar este potencial imenso que o Douro encerra”, frisou.
Em 2020, ano marcado pela pandemia de COVID-19, o Douro foi um destino muito procurado pelos turistas portugueses.
“A pandemia trouxe muitas coisas más, mas trouxe uma coisa boa. Penso que nós todos, portugueses, europeus, cidadãos do mundo, descobrirmos que o turismo se pode fazer em liberdade, em busca de espaços desconfinados ou ao ar livre, com paisagens idílicas e boa gastronomia e o Douro tem tudo isto e muito mais para oferecer”, salientou Rita Marques.
A secretária de Estado apontou que as “expectativas” em relação ao Douro “são muito positivas não só para este ano, mas também para os anos vindouros”.
“Saibamos nós responder aos desafios que se prendem com a infraestruturação, qualificação dos trabalhadores do setor, o reforço também das infraestruturas de natureza turística”, apontou.
O presidente da Turismo do Porto e Norte (TPNP), Luís Pedro Martins, lembrou que, no ano passado, os territórios do Douro, Minho e Trás-os-Montes “cresceram bastante”, atingindo “taxas de ocupação acima dos 95%, contrariamente aos 15% das grandes cidades”.
“Acredito que 2021 vai ser um ano melhor do que 2020 e que nos permitirá alcançar essa meta que queremos para 2023, de voltar a ter novamente os números impressionantes que o Porto e Norte teve até 2019”, frisou.
E, a juntar aos turistas nacionais, Luís Pedro Martins espera assistir também ao regresso de outros mercados emissores, como Espanha, França, Alemanha, Reino Unido e Países Baixos.
“E, se tudo corresse mesmo muito bem, poder receber os mercados de longa distância, nomeadamente os que eram mais importantes para o Porto e Norte, o Brasil, terceiro mercado emissor da região e depois um mercado muito importante e que estava a crescer bastante, como os Estados Unidos da América e Canadá”, referiu.
Quanto à classificação do Douro pela UNESCO, o presidente da TPNP disse que foi “muito importante para o turismo porque ajudou a aumentar a notoriedade” deste destino.
“Esta classificação, o facto de alguns operadores também terem acreditado no Douro e terem iniciado aqui operação, foi importante. Nós queremos aumentar um pouco mais esta ambição, nós queremos que os turistas possam percorrer este Douro pelo rio, mas também queremos que mergulhem depois no território, e que possam também contribuir para a economia da região”, salientou.
Luís Pedro Martins apontou “a ambição” de trabalhar o Douro em conjunto com o “Duero”, nomeadamente com a Junta de Castela e Leão (Espanha), e destacou o “enorme potencial” deste rio que é o que possui “o maior número de patrimónios mundiais da humanidade”.
“Temos várias ideias, desde eventos desportivos que possam ter partida na nascente do Douro, em Espanha, e a chegada na foz do Douro, em Portugal, até comunicação internacional deste produto”, frisou.
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