Quase 300 companhias aéreas vão se reunir às margens do Bósforo de domingo a terça-feira para a reunião geral anual da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata).

O setor está otimista após o cataclismo da COVID-19, que reduziu a clientela para menos de 60% em 2020.

Não está longe de atingir os 4,5 mil milhões de passageiros de 2019. Em termos de receita por passageiro-quilómetro (RPK), uma das referências do setor, as companhias aéreas ultrapassaram em abril os níveis de quatro anos atrás em rotas nacionais pela primeira vez.

Incluindo as rotas internacionais, recuperaram em média mais de 90% dos níveis pré-crise. E isso apesar de um aumento nos preços dos bilhetes de avião.

Em meados de abril, a venda de bilhetes nos mercados nacionais era 20% superior ao registado no mesmo mês em 2019, segundo a Iata, que atribuiu este dinamismo ao fim da política de "COVID zero" na China.

Algumas companhias aéreas faliram durante a crise, mas outras, apoiadas pelos governos e depois de reestruturadas, agora são mais lucrativas.

Na Europa, a maioria das grandes empresas voltou a ter balanços positivos em 2022, o que permitiu começar a reduzir as dívidas e até mesmo a considerar fusões com rivais menores.

O crescimento do setor será ainda maior no Oriente. Inaugurado antes da crise, o novo mega-aeroporto de Istambul compete nas rotas asiáticas com os principais aeroportos europeus, como Londres-Heathrow, Frankfurt e Paris-Charles-de-Gaulle, mas também com os do Golfo.

As empresas destes países, que ao contrário das capitais europeias, não romperam com Moscovo após a invasão da Ucrânia em 2022, podem ainda não apenas atuar na Rússia, mas sobrevoar o país, economizando tempo e dinheiro.

A aviação também deve tomar medidas face a crise climática.

Atualmente, o setor é responsável por cerca de 3% das emissões globais de CO2, mas em conjunto com os Estados  comprometeu-se a zerar as emissões líquidas até 2050. Para atingir o objetivo, dependem sobretudo de combustíveis que não sejam de origem fóssil.

Além do combustível, o aumento dos custos também se deve à grave escassez pós-crise, seja de pilotos nos Estados Unidos ou de matérias-primas em todo o mundo.