Dentro de um armazém abandonado, na ilha veneziana de Tronchetto, está uma "torre de controle" de alta tecnologia, segundo descreveu a CNN, com ecrãs cheios de mapas, gráficos e tabelas, com o objetivo de combater o turismo excessivo.
Antes da pandemia, os turistas chegavam em números quase sempre incontroláveis e Veneza, com apenas 50 mil habitantes, recebia cerca de 30 milhões de turistas por ano. À medida que os turistas superam os residentes em número, a cidade passou a enfrentar vários problemas, como a obstrução de ruas e filas intermináveis para as principais atrações.
A cidade italiana está agora a rastrear cada movimento dos viajantes. Embora o número de visitantes tenha caído sem surpresa em 2020 devido à pandemia global, a cidade abriu a sua sala de controlo de operações em setembro.
O sistema tem a capacidade de controlar dados turísticos de forma precisa e imediata. "Este é o cérebro da cidade", disse Marco Bettini, da Venis, a empresa que construiu o sistema, à CNN. "Sabemos em tempo real quantas pessoas estão em cada zona e de país são." Entre as informações, está o tráfego do canal, horários de partida e chegada do transporte público e número de turistas. Estas informações são obtidas através de câmaras espalhadas pela cidade e combinadas com os dados de telemóveis que podem mostrar de onde os visitantes são, com base na localização de registo do telemóvel.
“O problema não é que Veneza tenha muitos visitantes”, disse Valeria Duflot, cofundadora da Venezia Autentica, que está a trabalhar na sustentabilidade do turismo da cidade, à CNN. "O problema é que todos os visitantes vão para os mesmos dois lugares: a Praça de São Marcos e a Ponte de Rialto."
O sistema demorou três anos para ser construído e teve um custo de 3 milhões de euros. Embora alguns visitantes possam hesitar, devido a questões de privacidade, as autoridades garantem que nenhum dado pessoal é registado, sendo controladas apenas as movimentações pela cidade.
Comentários