Além de um vasto programa musical, o Festival Terras sem Sombra também promove atividades sobre património e biodiversidade no Alentejo.
Este fim de semana, vão decorrer visitas guiadas à antiga vila de Noudar, à Herdade da Coitadinha e ao Parque de Natureza de Noudar, Barrancos.
Entre Ardila e Múrtega: a antiga vila de Noudar
No intuito de atrair novos moradores à localidade de Noudar, o rei D. Dinis, em 1305, fê-la couto de homiziados – o primeiro do país. A vila cresceria à sombra de um extenso recinto amuralhado, em que domina a emblemática torre de menagem, rodeada pelo alcácer, tendo perto a igreja matriz de Santa Maria de Entre-Ambas-as-Águas. Contudo, o problema demográfico nunca foi resolvido e acabou por ditar o abandono de Noudar.
Hoje, dominando uma paisagem de extraordinária beleza, a vila-fantasma de Noudar é um local silencioso, onde já não vive ninguém, mas os seus muros contam muitas histórias.
A tarde do dia 2 de junho, a partir das 15h00, vai ser dedicada ao seu passado e presente visando a redescoberta do castelo de Noudar, sentinela no coração da Andaluzia, e da povoação (outrora, sede de concelho) existente dentro dos seus muros, abandonada no séc. XIX. O guia é um grande conhecedor dos mistérios desta velha localidade, o arqueólogo Miguel Rego. O ponto de encontro para esta visita é em Noudar.
Herdade da Coitadinha e Parque de Natureza de Noudar
O Parque de Natureza de Noudar localiza-se na Herdade da Coitadinha, entre os cursos dos rios Ardila e Múrtega, que correm no meio de cumes e colinas. Montado, pastagens, olival tradicional e pastoreio (ou não estivéssemos no reino do porco preto) são traços comuns às herdades da região. Na Coitadinha, porém, um relevo mais abrupto e mais rochoso protege enclaves de vegetação em que subsistem azinhais e bosques densos, onde a luz penetra com dificuldade. Redutos únicos numa paisagem muito alterada, em outros séculos, pelo homem, têm agora como protagonista a vida selvagem, o que os torna um notável santuário da biodiversidade.
Pelas 10 horas de domingo, sob a orientação de Diogo Nascimento, Nuno Santos e José Pedro Salema (engenheiros florestais), João Xavier Matos (geólogo) e José Perdigão (técnico de arqueologia), vamos descobrir este património natural único e colaborar na sua identificação e defesa. Ainda haverá tempo para conhecer um pouco da identidade e da língua barranquenhas. O ponto de encontro para este passeio é na Herdade da Coitadinha.
Fonte: Terras sem Sombra
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