Bilhete-postal enviado por Carina Castro
Quando viajamos (eu e o meu namorado) temos sempre aquela mania de ir quase 2 horas antes para o aeroporto, por isso acordamos no mínimo 3 horas antes de voo. Manias. No entanto, havia uma viagem que queríamos fazer há imenso tempo mas tudo nos impedia de fazê-la.
Certo dia, recebi uma caixa de chocolates e esta não vinha sozinha, trazia o tão esperado bilhete para ir a BARCELONA! Como de costume, antes da viagem colocamos o despertador para 3 horas antes e tentamos descansar. A meio a noite, o telemóvel tocou, podia ser o despertador, mas não, era o amigo bêbedo! Que azar! Já tínhamos pouco tempo para descansar e ainda tínhamos de aturar os dramas do alcoolismo. Nesta ânsia de tanto querer dormir, o telemóvel ficou caído no chão depois da chamada. Nós dormimos, dormimos, dormimos… até que… 6 horas da manhã! Adormecemos! Logo nós que acordamos sempre tão antes da hora. O voo era as 6h30 ainda tentamos de tudo, mas chegamos ao aeroporto as 7h.
Estava um dia de chuva horrível. Fartamo-nos de correr, mas nada nos valeu. O dia tinha tudo para correr mal, havia greve, os voos todos esgotados, até que às 8h conseguimos dois lugares num avião da TAP. Parecia um milagre, enquanto eu comprava os tão desejados bilhetes o meu namorado foi buscar as malas ao carro. Corremos para o check-in que fechava dentro de 15 minutos, continuamos a correr pelo aeroporto até que chegamos à porta de embarque e aí sim, já estávamos "a salvo"!
Foi uma viagem incrível, muito pelos azares que tivemos para a conseguir fazer, mas quando pusemos os pés em terras de nuestros hermanos, ninguém nos parou. Vimos tudo! E quando digo tudo, é tudo mesmo! Até a melhor vista de sempre, que quase ninguém conhece mas que é sem dúvida um dos melhores achados dessa cidade. Fomos a pé, com a ajuda do GPS que nos mandou entrar em bairros ainda mais assustadores que a Cova da Moura ou o bairro do Aleixo. Achávamos que, com tanto azar que já tínhamos tido nesta viagem, só faltava mesmo sermos assaltados. E não estou a exagerar, havia partes em que em vez de ruas, tínhamos de passar por casas (vá, pelos terraços). Pensamos em voltar atrás até que começamos a ver a vista, esquecemo-nos do medo, das dores de pernas, das bolhas, e ficamos ali admirar aquele sítio incrível – Bunkers del Carmel. Naquele momento tivemos a certeza que tudo a valeu a pena. Se não tivéssemos perdido o avião, não tínhamos aproveitado tão bem esta viagem.
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