Sesimbra tem o céu mais cor-de-rosa que já vi. É assim que me lembro desta vila onde passei muitos dias de verão. Lembro-me dos dias, longos e bonitos, dos passeios pela vila, que é acolhedora duma forma que não sei explicar. É daqueles sítios onde nos sentimos automaticamente bem e felizes.
É daqueles sítios onde nos sentimos automaticamente bem e felizes.
Os fins de tarde eram os mais bonitos, com um céu inacreditável onde o rosa ia ganhando cada vez mais espaço ao azul claro.
À noite, o restaurante para jantar era sempre o mesmo, a Tasca do Isaías, um sitio onde um senhor já idoso colocava sal num peixe que nos serviam, escalado, com um molho de manteiga maravilhoso. Era este peixe, servido com batata cozida e uma salada de alface, tomate e cebola, que comíamos numa mesa comunitária de madeira. Também pedíamos vinho branco e uma sobremesa e pagávamos sempre o mesmo, 20 euros (10 euros por pessoa), comendo muito ou pouco e bebendo um ou dois jarros de vinho. Era uma conta certa, redonda, feita por quem tinha verdadeiro gosto por aquilo que fazia e não via no dinheiro a fonte de motivação.
Da praia de Sesimbra lembro-me pouco. Um mar calmo, sem ondas, areia dourada. Sesimbra, para mim, era o ambiente, as ruas, o restaurante do senhor de barbas e o céu, maravilhoso.
Sesimbra é a forma como me sentia lá. Aquele foco imediato no momento presente, que sentia só por caminhar naquelas ruas e respirar aquele ar.
"Mãe, tagarela e curiosa insaciável. Gosto de manhãs. Gosto de música, livros, cinema, filosofia, artes plásticas e pessoas inspiradoras. Gosto de coisas bonitas e brilhantes." Podem seguir a Carla no seu blog Vinil e Purpurina.
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