Os vinhos são o prato forte e este ano estarão presentes 66 "vignerons", que o organizador do evento, João Roseira, descreveu à agência Lusa como sendo "produtores artesanais, muitas vezes biológicos ou biodinâmicos, que fazem tudo na vinha, na adega, do marketing e na comercialização".
O evento contará com produtores de todas as regiões vitivinícolas portuguesas, com exceção da Madeira, e um "convidado especial" das Canárias, que esteve presente na edição anterior e faz vinhos a "mil metros de altitude".
João Roseira disse que o simplesmente… Vinho deste ano "é quase um ato de resistência" face às adversidades sentidas para o organizar, que implicaram autorizações das autoridades locais de saúde devido à covid-19 e restrições ao programa habitual.
"Vamos ter menos 30 por cento de “vignerons” do que nas edições anteriores, haverá uma entrada e uma saída separadas e estamos limitados 300 pessoas em simultâneo no recinto", um espaço verde ao ar livre com o tamanho aproximado de um campo de futebol, disse.
A organização promete "tudo em segurança, com normas, procedimentos, circuitos, aprovados pela ARS do Norte, para conforto e tranquilidade de todos".
O responsável explicou que o evento pretende "mostrar que há uma forma diferente de estar no vinho, que é importante para o país" porque associa tradições antigas a uma enologia competente, "mas sem maquilhagem".
"Nas últimas décadas, como contraponto à globalização e industrialização do vinho, grupos de produtores têm vindo a organizar mostras de vinhos alternativas às grandes feiras do vinho (Vinexpo, em Bordéus,, Vinitaly, em Verona, Prowein, em Dusseldorf)", destaca João Roseira.
Sem meios para participar nessas feiras, os pequenos produtores viram-se para os eventos alternativos que giram em torno de "uma ideia comum, que pode ser, por exemplo, uma região, um modo de trabalhar (biológico, biodinâmico), um tipo de vinho (espumantes, vinhos doces)".
"No caso do simplesmente… Vinho o traço comum é a ligação à terra, às castas locais, a uma enologia competente mas com raízes na tradição. O ‘vigneron’ está presente e dá a cara pelo que faz, partilha a emoção que sentimos cada vez que bebemos os seus vinhos", salienta ainda o organizador.
O palco da edição deste ano é o jardim da Casa Cor de Rosa da Faculdade Arquitetura do Porto, na Via Panorâmica. A casa foi construída por um inglês ligado ao vinho do Porto (Sandeman) e tem vista para o rio Douro, o que preenche um dos requisitos do evento desde a primeira hora.
O programa da edição 2021 inclui a exposição Paisagem e Arquitectura: da Vinha e do Vinho, que reúne fotografias de obras e projetos de 12 arquitetos "consagrados", como Siza Viera, Souto Moura, Nuno Brandão Costa e Eliseu Gonçalves, assim como de 12 estudantes.
A exposição estará patente no Pavilhão Carlos Ramos, na Faculdade de Arquitetura do Porto, de 2 a 4 de julho, e é uma viagem que vai "da Ilha do Pico, nos Açores, às encostas da Madeira e dos vales no Douro vinhateiro a outras regiões demarcadas".
A TransmoTuna e Os Mafaricos assegurarão a oferta musical diária, dois restaurantes "amigos do vinho" servirão petiscos e o bilhete diário custa 20 euros e inclui copo.
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