É uma das cidades mais emblemáticas do país. Com este roteiro de um dia vai percorrer as ruas, cruzar as praças, encantar-se com as ruelas e descobrir o melhor que Coimbra tem para oferecer. Vamos?
Nenhuma visita fica completa sem conhecer o complexo da Universidade de Coimbra, ponto nevrálgico da vida estudantil nacional.
A Rua Larga homenageia o seu fundador, D. Dinis, que recebe do alto quem sobe as Escadas Monumentais. São 125 os degraus construídos durante o Estado Novo. Estas escadas são ainda hoje em dia usadas nas praxes académicas.
Atravessamos a Praça e seguimos para a Rua Larga (ou Alameda das Faculdades), passando pelos robustos edifícios da Faculdade de Matemática, de Letras ou de Medicina.
A grande Porta Férrea (1634) marca a entrada do núcleo histórico da Faculdade de Direito, ladeada por duas colunas coríntias e adornada no chão com um grande painel de pedras da calçada que representa a Sapiência. Como podemos ler logo na entrada, a Universidade foi fundada em 1290 tornando-se assim a mais antiga de Portugal e uma das mais antigas da Europa. Património Mundial pela UNESCO desde 2013, integra 31 edifícios ligados às escolas de Medicina, Letras e Direito, entre outros.
O Paço das Escolas é ponto de ligação de vários elementos de renome: o Paço Real, a Capela de São Miguel, a Biblioteca Joanina, a Sala dos Capelos, a Torre da Universidade, Museu da Ciência, a Galeria de Física e a Galeria de História Natural. Aqui defendem-se teses e elegem-se reitores.
Todas estas estruturas são acessíveis por 12 euros e visitáveis das 9h às 17h.
A Torre da Universidade destaca-se pela imponência, marcando o relógio as horas para que ninguém em lugar algum se atrase para as aulas.
A Capela de S. Miguel (lançada no séc.XI e de atual traço manuelino), azulejos do séc. XVII e um órgão de 2 mil tubos, convida ainda a apanhar um pouco de sol nas suas escadas.
A Biblioteca Joanina (1717, em honra de D. João V) é o seu ex-libris: de estilo barroco com madeira trabalhada e estantes forradas a folha de ouro, é considerada uma das mais ricas bibliotecas europeias ostentando cerca de 60 mil livros dos séc. XVI a XVIII.
Começarmos então a caminhar em direção à Baixa, começando pelo Largo da Portagem. Esta é a principal praça da cidade, com várias esplanadas e restaurantes, e é aqui que podemos encontrar o mítico Hotel Astória (1926).
Seguindo pela Rua Ferreira Borges, apercebemo-nos do vibrante comércio de rua à medida que vamos passando pelos diversos estabelecimentos. Entre os vários edifícios destaca-se a Art Nouveau do Museu da Cidade de Coimbra, com entrançado em ferro avermelhado, e o Café Santa Cruz (um dos mais antigos da cidade e com uma estrutura que vale a pena espreitar), já em plena Praça 8 de Maio. Ao lado, na Igreja de Santa Cruz (1131), localiza-se o túmulo de D. Afonso Henriques e de D.Sancho I.
Paremos um pouco para experimentar alguns dos doces típicos de Coimbra, como as Arrufadas, os Pastéis de Santa Clara ou o Pudim das Clarissas – todos eleitos finalistas distritais da competição “7 Maravilhas Doces de Portugal”.
Ainda percorrendo a Rua Ferreira Borges, é numa perpendicular que se situa o Arco e Torre de Almedina, a antiga porta da cidade muralhada (“Medina“) nos tempos medievais. A Torre de Almedina, que em tempos serviu de torre de vigia, foi também por várias vezes sede dos trabalhos do município. Adjacente a ela, uma segunda cintura da muralha (Barbacã) teve de ser construída para reforçar a defesa.
Deparámo-nos com as Escadas Quebra-Costas que, tal com o nome indicam, são mais apropriadas para subir do que para descer, tal é a frequência de quedas que aqui acontecem. Neste Largo onde tudo acontece, o Fado é homenageado com museu próprio – o Museu do Fado.
Os corajosos que cumprimentam a Tricana (a estátua de homenagem à mulher de Coimbra) e se aventurarem a subir as Escadas Quebra-Costas (que não são muitas nem difíceis) são agraciados com a vista da Sé Velha, ponto de paragem imperdível – afinal, é aqui que todos os anos se ouve a mítica Serenata Académica de Coimbra.