Dia 1

Escolhemos como base para este roteiro de dois dias ficar em Seia, concelho que partilha juntamente com Covilhã e Manteigas o ponto mais alto de Portugal continental, a Torre da Serra da Estrela. Antes de chegar ao nosso destino final, paramos para almoçar na cidade de Viseu e aproveitamos para percorrer o seu bonito centro histórico.
Para descansar
  • Seia
    Situado na vertente ocidental da serra da Estrela, o concelho de Seia é formado por 21 freguesias (115 localidades), ocupa uma área de 436 km2, pertence administrativamente ao distrito da Guarda e, segundo os censos de 2011, tem uma população de 24.641 habitantes. Estão localizadas em Seia as mais importantes fábricas têxteis (lanifícios) do país, que dão trabalho a mais de 5.000 trabalhadores. Possui unidades nos ramos da electrónica, metalomecânica e construção civil. Devido à sua localização privilegiada, na vertente ocidental da serra da Estrela, Seia é uma das suas entradas naturais e, por isso, um centro turístico de interesse.
  • Praia Fluvial de Lapa dos Dinheiros
    A partir da cidade de Seia são cerca de 9 quilómetros até a Praia Fluvial de Lapa dos Dinheiros. Pelo meio, passamos pela aldeia com o mesmo nome, casas brancas encaixadas na serra, antes de percorremos o caminho final, já rodeados pelo verde. Esta praia fluvial Bandeira Azul fica situada entre grandes afloramentos graníticos, perfeitamente enquadrada na montanha. A água que corre por aqui é da ribeira da Caniça, afluente do rio Alva. A temperatura da água, gelada, denuncia que não estamos longe da nascente. Tanto para cima, como para baixo da piscina natural, existem uma série de pequenas quedas de água que dão uma magia extra ao lugar. Bem como a bonita ponte romana. É a partir daí que se pode fazer um trilho para explorar outras quedas de água e o Buraco da Moura, uma gruta de granito com aproximadamente 100 metros.
  • Praia fluvial de Loriga
    É a praia mais famosa da Serra da Estrela, conhecida pelas várias piscinas no meio do vale. Está situada no vale glaciar de Loriga, cujos vestígios ainda hoje são visíveis. Com águas puras e cristalinas que brotam de uma nascente na serra, esta praia está rodeada por um ambiente preservado, numa área de relevo acidentado e grande beleza natural. Possui boas infraestruturas de apoio, oferecendo ainda a possibilidade de praticar diversas atividades de aventura e passeios pedestres. Tem Bandeira Azul e no verão fica cheia, por isso, se quer encontrar um bom lugar, chegue cedo.
  • Vila de Loriga
    Loriga, situada na parte sudoeste da Serra da Estrela, encontra-se a 20 km de Seia. É conhecida como a "Suíça Portuguesa" devido à sua extraordinária localização geográfica. Está situada a cerca de 770 m de altitude, na sua parte urbana mais baixa, rodeada por montanhas, das quais se destacam a Penha dos Abutres (1828 m de altitude) e a Penha do Gato (1771 m), e é abraçada por dois cursos de água. Crê-se que o nome veio da localização estratégica da povoação, do seu protagonismo e dos seus habitantes nos montes Hermínios (actual Serra da Estrela) na resistência lusitana, o que levou os romanos a porem-lhe o nome de Lorica, designação geral para couraça guerreira romana; deste nome derivou Loriga, designação iniciada pelos Visigodos, que tem o mesmo significado.
  • Torre da Serra da Estrela
    A Torre é o ponto de maior altitude da Serra da Estrela e também de Portugal Continental, e o segundo mais elevado de Portugal (apenas a Montanha do Pico, nos Açores, tem maior altitude, com 2351 metros). Este ponto não é um cume característico de montanha, mas sim o ponto mais alto de uma serra. A Torre tem a característica incomum de ser um topo acessível por uma estrada pavimentada, no fim da qual há uma rotunda com um monumento simbólico da Torre, existindo também um marco geodésico. Diz-se, embora tal não seja confirmado, que o rei D. João VI teria no início do século XIX mandado erigir aqui um monumento em pedra, de modo a completar a altitude até chegar aos 2000 metros. Ver o pôr do sol daqui é uma experiência única.
  • Onde ficar: Casas do Pastor
    Se quer ter a experiência de ficar alojado numa aldeia rural no meio da serra esta pode ser uma boa opção. As Casas do Pastor têm uma estrutura rural tradicional que remonta ao sec XIX, hoje totalmente reconstruída, segundo a traça original, com materiais tradicionais. Ambiente familiar e calmo é o que vai encontrar entre as várias casas que compõem este alojamento. Há uma boa piscina e outros espaços comuns interessantes para aproveitar. As casas têm todas as comodidades necessárias para realizar as refeições durante a estadia, o que nesta fase de pandemia é uma grande mais-valia. A cidade de Seia fica apenas a 5 km e a estrada de acesso à Torre a 1km.
 

Dia 2

No segundo dia, vamos percorrer mais alguns quilómetros entre praias fluviais e cascatas. Mas antes vamos visitar o Museu do Pão de Seia.
Para descansar
  • Museu do Pão
    O Museu do Pão, sediado em Seia na Quinta Fonte do Marrão, é um museu privado que pretende recolher, preservar e exibir os objetos e o património do pão português nas suas vertentes: etnográfica, política, social, histórica, religiosa e artística. Conta também com um restaurante e uma loja.
  • Praia Fluvial do Sabugueiro
    Antes de chegarmos à praia fluvial, temos de passar por dentro da aldeia do Sabugueiro. Esta aldeia de montanha, considerada a mais alta de Portugal continetal, está a mais de 1100 metros de altitude, conserva casas tradicionais de granito, uma igreja matriz, um forno comunitário e um pequeno espaço museológico. Junto à estrada, há lojas que vendem recordações e produtos tradicionais da Serra da Estrela. Quando se chega, há um espaço de estacionamento, com algumas mesas para merendar. Alguns passos a seguir e encontramos um açude, formado pelas águas límpidas do rio Alva. Há uma ponte de madeira que liga os dois lados. Um pouco mais acima, formam-se outras piscinas naturais entre as rochas. Mas a melhor parte desta praia fluvial é o açude, uma vez que há bons acessos para entrar e o fundo é, em grande parte, de areia. A praia fluvial não tem Bandeira Azul mas está muito cuidada.
  • Lagoa Comprida
    A barragem da lagoa Comprida, construída a partir de uma lagoa natural, constitui o principal reservatório de água da serra da Estrela. É a maior das lagoas do maciço superior e o seu potencial hidroelétrico elevado levou à construção da barragem em 1911, sendo uma das primeiras obras de engenharia desta natureza levadas a cabo em Portugal. Na vertente norte da lagoa observa-se um dos mais interessantes campos de blocos erráticos da serra da Estrela. Estes blocos de granito foram transportados pelos glaciares e abandonados aquando da fusão e recuo do gelo. Num dos acesso ao lugar, há quem aproveite para refrescar-se, mas aconselhamos cautela na hora de ir a banhos, já que não se trata de uma praia fluvial.
  • Poço da Broca
    A cascata do Poço da Broca é uma queda de água localizada na ribeira de Alvôco, mais propriamente na Aldeia de Barriosa, em Vide. Esta paisagem resulta da intervenção direta do homem que há mais de 200 anos percebeu que se desviasse o curso da água esta seria melhor aproveitada para a agricultura. As zonas de difícil cultivo mais concretamente no xisto e em zonas onde os próprios rios formam curvas apertadas sofreram alteração. Nesse mesmo estreitamento dos rios com o uso de brocas abriu-se um corte. Assim as águas foram desviadas do seu curso e desta forma obteram-se terrenos agrícolas planos e com fácil irrigação. É nessa sucessão que a água cai a uns metros consideráveis formando desta forma um poço, daí o seu nome, Poço da Broca.
 

Dia 3

Se só tiver dois dias de viagem, fique por aqui. No entanto, se tiver mais um dia, aconselhamos que rume até Manteigas e Covilhã para explorar outras praias fluviais da Serra da Estrela.
Para descansar
  • Praia fluvial do Vale do Rossim
    A praia fluvial de Vale do Rossim fica numa lagoa artificial. Uma barragem trava a água no vale que está rodeado de encostas da serra e que nos protegem do vento. À beira da lagoa vemos que a água é límpida e durante vários metros é reduzida a profundidade, o que ajuda a manter uma temperatura agradável. Mais para a frente, como é a barragem, tem mais corrente e fica mais fria. A praia fluvial tem nadador-salvador e nos dias quentes de verão é procurada pelos residentes na serra. Há ainda vários percursos pedestres e outra forma de descobrir a lagoa é num passeio de barco.
  • Praia fluvial de Valhelhas
    A praia fluvial de Valhelhas é das primeiras a tirar proveito da frescura das águas do Zêzere. A caminho de Manteigas, numa das entradas da serra e já com a altitude nos 521 metros, vamos refrescar-nos no meio da natureza e sentir a pureza da água do rio Zêzere, cuja nascente é apenas a alguns quilómetros a montante. Um pequeno dique agiganta o ligeiro curso do Zêzere, que se expande por um espelho de água de cerca de duas dezenas de metros de largura. Há várias estruturas de apoio e regista-se um forte empenhamento local para que o espaço esteja organizado.
  • Cascata do Poço do Inferno
    O Poço do Inferno, em Manteigas, é uma cascata com cerca de 10 metros de altura situada na ribeira de Leandres a cerca de 1080 metros de altitude. Fica situada junto à estrada municipal/florestal e é um local bastante aprazível para se visitar no verão, porque tem muita sombra e biodiversidade devido aos bosques de grandes castanheiros que rodeiam o local.
  • Piscina natural do Paul
    A vila do Paul, tipicamente serrana, acolhe um fantástico poço, que origina esta piscina natural. Situada na parte sul da Serra da Estrela é banhada pela ribeira da Caia. No local encontra uma pequena ponte que dá acesso a uma zona de areia e a uma extensa variedade de rochas onde pode estender a sua toalha. Ná época balnear o acesso à agua é facilitado por um local menos profundo na zona do areal. Não é vigiada por isso é pedido atenção redobrada nos mergulhos.

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