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Portugal é um país de inúmeras riquezas, sendo o património cultural uma das principais. De norte a sul do país, são muitos os lugares com histórias para contar.
Se uma escapadinha em Portugal está dentro dos seus objetivos, mas ainda não fez planos, temos quatro destinos para lhe sugerir, que podem parecer óbvios, mas é dentro dessa previsibilidade que o vamos conseguir surpreender. São eles Braga, Porto, Fátima e Almada/Lisboa.
Cada uma destas cidades tem um tema, inspirado no livro Comer, Orar e Amar (2006), de Elizabeth Gilbert, que resultou quatro anos mais tarde num filme estrelado por Julia Roberts.
1. Braga
| Perfeito para comer
Quantas vezes já ouviu a expressão "no Minho é que se come bem"? Pois bem, temos de corroborar esta afirmação. Sendo Braga a capital minhota, acolhendo assim a função de anfitrião desta região, o Bacalhau à Braga, à Narcisa ou à Minhota são os pratos principais. Não podemos deixar de mencionar os Rojões à Minhota, as Papas de Sarrabulho à Braga, o Cabrito Assado ou o Pudim Abade de Priscos.
No último fim-de-semana de maio, em Braga, é recriada a época romana com um mercado, cortejos e gastronomia tradicional.
A poucos quilómetros de Braga estão as vilas de Ponte de Lima e Monção, duas 'mecas gastronómicas' da região e que merecem uma visita propositada, apenas para um festival de explosão de sabores para as papilas degustativas.
Comer em Braga é bom, mas há mais para ver
| Santuário do Bom Jesus do Monte
Quem visita Braga não pode deixar de subir ao Santuário do Bom Jesus, um ícone da cidade, com o seu monumental escadório. Sabiam que o primeiro funicular a funcionar na Península Ibérica foi o Elevador do Bom Jesus, inaugurado em 1882? O impacto da construção do elevador em Braga foi tanto que em Lisboa construíram-se vários do mesmo género, como o do Chiado, o de Santa Justa e o da Glória, entre outros.
É fundamental subir os degraus do Santuário do Bom Jesus do Monte, nem que seja só alguns, e apreciar as maravilhosas vistas sobe a cidade.
O Santuário do Bom Jesus do Monte ultrapassa anualmente 1,2 milhões de visitas. Soma mais de meio milhar de degraus, 19 capelas, até à Basílica, cinco, até ao Terreiro dos Evangelistas. Virado a poente com vista para toda a cidade de Braga, o percurso tem também 20 fontes e 32 estátuas, com destaque para as quatro fontes do Terreiro dos Evangelistas: São Mateus, São João, São Lucas e São Marcos.
| Centro histórico
Um dos maiores centros religiosos do país, é aqui que podemos visitar a catedral mais antiga de Portugal, a Sé. Mas nem só de arte sacra vive Braga, pelo que caminhando pelo seu belo centro histórico, irá descobrir uma cidade jovem e vibrante, que alia na perfeição tradição e modernidade.
Também conhecido como Arcada, devido às suas arcadas, erguidas em 1715, é o coração do centro histórico da capital minhota. Destaca-se ainda pela sua imponente fonte. Na praça localizam-se dois dos cafés mais emblemáticos, da cidade, ambos já centenários, o Café Vianna e o Astória, perfeitos para uma pausa, enquanto observa o ritmo da cidade.
2. Porto
| Perfeito para beber
O Porto acolhe o vinho português mais conhecido no mundo: o Vinho do Porto. De frente para a Ribeira do Porto, em Vila Nova de Gaia, está o WOW [World of Wine], que abriu em 2020 com o objetivo de "reforçar a oferta cultural e museológica da cidade do Porto, bem como enaltecer o potencial da região em áreas estratégicas como o vinho, a indústria e o património".
Neste quarteirão cultural, ao longo de 35 mil metros quadrados, existem cinco experiências museológicas: Wine Experience [um trajeto sobre o vinho português], Planet Cork [sobre o facto de Portugal ser o maior produtor de cortiça do mundo], Porto Region Across The Ages [versa sobre o património histórico e cultural do Porto], The Bridge Collection [uma coleção privada de copos do mundo], bem como a Escola de Vinho.
O Museu oferece vistas fantásticas sobre a cidade do Porto.
Beber no Porto é bom, mas há mais para ver
| Espírito Invicto
Mesmo que nunca tenham visitado o Porto, com certeza já ouviram falar das pessoas do Porto e do seu caráter. Tal como os seus habitantes, de personalidade vincada e “sem papas na língua”, também a cidade do Porto se apresenta assim, despida de artifícios e sem a pretensão de ser igual a nenhuma outra cidade europeia. Muitos consideram-na escura e suja, mas é aí que reside a sua verdadeira beleza, nessa autenticidade da cidade que se mostra a quem a visita, tal como é, sem esconder nem disfarçar a sua “pronúncia”. Ou se ama ou se detesta, mas ninguém lhe fica indiferente.
Passeios de barco pelo rio ou esplanadas à beira-mar. Subida ao topo da Torre dos Clérigos ou caminhadas pela zona ribeirinha. Arquitetura tradicional de edifícios estreitos e coloridos, como o bairro de Miragaia, ou arquitetura moderna e vanguardista, como a Casa da Música ou o Porto de Leixões. Lojas elegantes com marcas de renome internacional ou concept stores com artigos de design. Galerias comerciais ou mercados de rua. Piquenique no Parque da Cidade ou passeio com vista panorâmica pelos jardins do Palácio de Cristal. O melhor de tudo? Não precisa de escolher entre nenhum destes programas, pode fazê-los todos.
| Alto Douro Vinhateiro
A Região Demarcada do Douro, a mais antiga região vinícola regulamentada do mundo, caracteriza-se por uma paisagem única e peculiar, de grande beleza. Criada por necessidade do Homem, de adaptar as suas necessidades agrícolas às encostas íngremes e solos acidentados do vale do Douro, é atualmente, uma das regiões de produção agrícola mais importantes do país.
São paisagens únicas e deslumbrantes, que complementadas com uma incursão a adegas e caves de vinho, não deixarão ninguém ficar mal. Se puderem, façam um cruzeiro no rio ou uma viagem de comboio na linha do Tua. É Portugal rural no seu melhor.
| A maior festa do norte
Obviamente, este ponto não poderia terminar sem uma referência à maior festa da cidade, o São João, a 24 de Junho. Munam-se de martelos e alhos-porros e juntem-se à multidão crescente que a cada ano festeja o santo popular.
3. Fátima
| Perfeito para orar
É o local de devoção religiosa por excelência em Portugal, reconhecido mundialmente pela Igreja Católica, e desenvolveu-se bastante a partir do acontecimento das Aparições de Fátima, no início do séc. XX.
A primeira aparição teve lugar em 1917, no lugar da Cova da Iria, onde se encontra atualmente o Santuário. A Procissão das Velas, no dia 12 de maio à noite, e a Procissão do Adeus, no dia seguinte, que encerra as celebrações, são os pontos altos de culto religioso e que deveriam ser experienciados até pelos menos crentes. Entre estas duas datas, contudo, todos os dias 13 são de devoção.
Para saber mais sobre a Nossa Senhora de Fátima, pode aproveitar para visitar as casas onde viveram os pastorinhos videntes, na aldeia de Aljustrel, a poucos quilómetros.
Na Casa de Lúcia existe um monumento que assinala a segunda aparição do Anjo, sendo também o ponto que marca o fim da Via Sacra, iniciada no Santuário. Ao longo da Via Sacra, caminho percorrido pelos três pastorinhos (Lúcia, Francisco e Jacinta) existem 14 capelinhas oferecidas por católicos húngaros.
Na passagem por Valinhos, a 400 metros da aldeia de Aljustrel, vai encontrar monumentos que assinalam o lugar da quarta aparição (1917) e a Loca do Anjo, onde os pastorinhos viram, um ano antes, o Anjo da Paz pela primeira e terceira vez.
Orar em Fátima é bom, mas há mais para ver
A devoção em Fátima é tanta que é preciso sair da localidade para ver mais coisas. Alcobaça, Batalha e Nazaré estão a poucos quilómetros e com muitas atrações para visitar.
| Mosteiro de Alcobaça
Fundado no século XII, por ordem de D. Afonso Henriques, foi uma das primeiras fundações monásticas cistercienses em território português. À sua beleza acresce a importância arquitetónica e cultural, sendo exemplo da evolução da arquitetura em Portugal. Aqui encontram-se características da época medieval, combinadas com edificações posteriores, dos séculos XVI a XVIII.
| Mosteiro da Batalha
Monumento memorial da batalha de Aljubarrota e panteão régio, construído em finais do século XIV. É um excelente exemplo da evolução da arquitectura medieval em Portugal, combinando traços de estilo gótico e manuelino. O seu claustro real é uma obra-prima arquitetónica.
| Ondas da Nazaré
Em novembro de 2011, foi registada na Nazaré a maior onda surfada do mundo. O havaiano Garret Mcnamara foi o protagonista do fenómeno que teve lugar na Praia do Norte. Até então, Nazaré só era conhecida pelos portugueses que lá iam passar férias de verão, mas depois deste acontecimento, esta pacata cidade nunca mais foi a mesma, sendo atualmente um dos lugares mais famosos do mundo para ver este fenómeno. Entre outubro e novembro, o Farol da Nazaré e a Praia do Norte são os dois principais locais para poder assistir às ondas gigantes.
4. Almada e Lisboa
| Perfeito para amar
Amar é o verbo que mais se adequa à capital portuguesa. A espreitar do outro lado do Rio Tejo está Almada, o melhor miradouro para a cidade de Lisboa, com destaque para o Castelo, o elevador panorâmico da Boca do Vento, e, claro está, a emblemática estátua do Cristo-Rei.
Almada, porém, não é apenas uma cidade que serve de varanda para a capital, sendo uma cidade com vida própria, até porque a Costa da Caparica pertence ao concelho de Almada, sendo um lugar muito procurado durante o verão pelos habitantes da grande Lisboa. Não deixe de provar as saborosas caldeiradas de peixe fresco, típicas de locais como Cacilhas, Porto Brandão, Ginjal ou a Costa da Caparica.
Amar em Almada/Lisboa é bom, mas há mais para ver
| Uma luz única
A 'Luz de Lisboa' confere o ambiente perfeito para os enamorados, seja por pessoas ou simplesmente pela vida, conseguindo transferir aquela dose extra de alegria que precisa para que a viagem corra bem.
A capital portuguesa, assente sobre encantadoras colinas, tem tudo: cultura, história, arquitectura, gastronomia, sem esquecer a sua luz e ainda as Festas de Lisboa, dedicadas ao padroeiro do coração da cidade, Santo António.
O Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém são os monumentos mais visitados em Portugal, fazendo parte da lista das Sete Maravilhas nacionais.
Passeie, a pé ou de elétrico, pelos bairros típicos - como Alfama, Graça ou Chiado - ou pelas zonas mais históricas ou entre num barco para conhecer o Tejo. Todos os meios são bons para descobrir a diversidade patrimonial de Lisboa.
Não deixe de visitar o Parque das Nações, o espaço que colocou a capital no futuro, concentrando-se aqui uma vasta oferta de lazer, tal como o Oceanário ou a Altice Arena.
| Onde o fado e a animação se juntam
Voltando aos bairros tradicionais da capital, ouça as vozes do Fado numa restaurante típico ao mesmo tempo que desfruta de uma refeição com os sabores lusos ou se preferir junte-se aos mais jovens nos animados bares do Cais do Sodré ou Bairro Alto.
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