A Índia vai alcançar 1,428,6 mil milhões de habitantes em meados do ano, superando a marca de 1,425,7 mil milhões da China, de acordo com o relatório do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) sobre o Estado da População Mundial.

A população chinesa diminuiu no ano passado, o que aconteceu pela primeira vez em mais de seis décadas, segundo os dados oficiais divulgados há alguns meses.

Muitos atribuem o resultado na China ao aumento do custo de vida, assim como ao maior número de mulheres no mercado de trabalho e no ensino superior.

Pequim acabou em 2016 com a sua rígida política de apenas um filho por família, imposta na década de 1980 face aos receios de uma superpopulação. Em 2021, o país passou a permitir que os casais tenham três filhos.

A China prevê um declínio demográfico contínuo devido à queda na taxa de natalidade e ao envelhecimento de sua força de trabalho.

Várias regiões do país anunciaram planos para aumentar a taxa de natalidade, mas os esforços oficiais até o momento não conseguiram reverter a tendência.

A Índia não possui dados recentes sobre o número de habitantes porque o país não faz um censo populacional desde 2011.

O censo que a Índia organiza a cada década estava programado para 2021, mas foi adiado pela pandemia de coronavírus.

Atualmente, o país enfrenta obstáculos logísticos e a relutância política, o que torna improvável a organização de um censo a curto prazo.

Os críticos acusam o governo de adiar deliberadamente o censo para ocultar informações polémicas, como a taxa de desemprego, antes das eleições nacionais de 2024.

A economia indiana, sob o governo do primeiro-ministro Narendra Modi, luta para oferecer emprego aos milhões de jovens que entram na força de trabalho a cada ano. Metade da população do país tem menos de 30 anos.

O governo também enfrenta o desafio de proporcionar energia elétrica, alimentos e habitação para a população cada vez maior.

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População mundial

De acordo com o Pew Research Centre, a população indiana aumentou em mais de mil milhões de pessoas desde 1950, ano em que a ONU começou a compilar dados populacionais.

O relatório do UNFPA destaca que a população mundial atingirá 8,045 mil milhões de pessoas nos próximos meses.

Outros países, especialmente na Europa e Ásia, registam a tendência de declínios demográficos nas próximas décadas, de acordo com dados da ONU publicados em julho do ano passado, que antecipam como será a população mundial até o ano 2100.

Oito nações de mais de 10 milhões de habitantes, a maioria na Europa, registaram queda no número de habitantes na última década.

Em contraste, a população da África deve aumentar de 1,4 mil milhões atualmente para 3,9 mil milhões em 2100. O continente abrigará 38% da população mundial, muito acima dos 18% atuais.

O Japão enfrenta um declínio devido ao envelhecimento da população, o que provocou uma redução de três milhões de habitantes entre 2011 e 2021.

A população do planeta diminuirá na década de 2090, após atingir o pico de 10,4 mil milhões, segundo a ONU.