Estes são os dados revelados na 24.ª edição do Barómetro Anual de Férias de Verão da Europ Assistance, um estudo realizado em parceria com a IPSOS que analisa os planos de férias em 23 países, 11 dos quais europeus, mas também da América do Norte, Oceânia, Médio Oriente e Norte de África.

Entre os 11 países europeus, Portugal cai para a nona posição da tabela, com a Suíça a liderar a classificação com 3.052 euros. Se considerarmos os 23 países inquiridos, Portugal fica-se pela 18ª posição. A Austrália é o país com o orçamento de férias mais elevado, 3.193 euros.

Apesar de ter um dos orçamentos mais baixos, 50% dos portugueses que vão viajar afirmam que vão gastar mais do que no ano anterior. Portugal destaca-se como um dos países europeus mais entusiasta em relação a viagens, com 83% das pessoas a expressar o desejo de viajar, em comparação com uma média europeia de 81%, apenas superado por Itália (85%) e Inglaterra (84%). Além disso, Portugal é um dos países com a maior proporção de pessoas (78%, mais 6 pontos percentuais face a 2024) a planear fazer férias de verão. Por outro lado, Alemanha e Bélgica são os países onde há menos pessoas a planear férias de verão, com apenas 72% e 73%, respetivamente, da população a considerar essa possibilidade.

As restrições financeiras continuam a ser o principal impedimento para não viajar. 44% dos portugueses que não vão de férias apontam questões orçamentais como a principal razão. A inflação continua a ser o principal motivo a retrair as pessoas na hora de fazer planos. Portugal é o país europeu onde este receio é mais pronunciado (85%), e é também o país da Europa onde os preços elevados mais impactam o orçamento dedicado ao lazer.

O contexto político e os riscos de segurança e saúde são cada vez mais ponderados pelos portugueses na escolha de destinos. Em Portugal os conflitos armados e preocupações com a saúde (surto epidémico), 77% e 73%, respetivamente, são considerados fatores de preocupação na hora de decidir para onde viajar — valor superior à média europeia (57% e 44%). 4 em cada 10 europeus afirma que tem receio de enfrentar um desastre natural durante a viagem.

Os portugueses estão a planear as suas férias de verão com uma maior antecedência: apenas 7% ainda não planearam as férias, e 29% já o fizeram com mais de dois meses de antecedência, uma tendência que se justifica por motivos económicos e de procura por melhores ofertas.
O nosso país segue o padrão do sul da Europa, com a maioria das férias a ter lugar em julho e agosto.

Em termos de destino, os portugueses mostram maior preferência por viajar dentro do país (46%), ainda assim com uma recuperação das viagens internacionais, que passaram de 39% em 2024 para 43% em 2025. Espanha (18%), França (10%) e Itália (7%) continuam a ser os destinos internacionais preferidos.

Em Portugal, contrariamente ao ano passado, o avião é o meio de transporte mais utilizado para as férias, representando 55% das preferências, mais 12 pontos percentuais, sendo o país que registou o maior aumento. O automóvel também continua no topo das preferências, sendo a escolha de 46% dos inquiridos. Outra tendência foi o aumento da preferência pelo comboio, que subiu 6 pontos percentuais para 16%.

A praia continua a ser a opção mais popular para as férias de verão em Portugal, apesar de ter diminuído para 59%, face aos 64% do ano passado. Já a preferência pela cidade aumentou 3 pontos percentuais, sendo agora a escolha de 30% dos inquiridos.

Portugueses continuam empenhados na sustentabilidade

Tal como em 2024, os portugueses são dos mais empenhados, a nível europeu, em continuar a contribuir para a diminuição dos impactos ambientais, económicos e sociais das suas viagens, seguido de Itália e Áustria. Portugal é mesmo o país que revela (90%) maior intenção de adotar comportamentos responsáveis para não desperdiçar recursos locais. Os portugueses indicam que os preços mais acessíveis para opções ecológicas e acesso a ofertas especiais para viagens sustentáveis seriam os principais incentivos para alterar os seus comportamentos.

Alinhada essa tendência, Portugal mantém-se na linha da frente no que diz respeito ao “Slow Tourism”. 72% dos portugueses demonstram interesse pelo conceito de “turismo lento” que privilegia ser mais consciente e sustentável, mais focado em conhecer os destinos de forma lenta, imersiva e aproveitar para explorar a história e conhecer a cultura local, posicionando-se entre os mais conscientes da Europa. Este tipo de turismo também apresenta uma grande força em França, Polónia e Itália.

Outra tendência que está a emergir é a escolha de destinos menos turísticos (66%). Por outro lado, este ano esta análise traz um novo dado, uma vez que revela que os portugueses estão a viajar mais para assistir a eventos como concertos e festivais (45%).

Digitalização e Inteligência Artificial

Uma das novidades desta edição é o destaque para a adoção de tecnologias digitais no planeamento de férias. Em Portugal, 16% dos inquiridos admite que já utiliza ferramentas de Inteligência Artificial (IA) para preparar ou reservar férias enquanto que, 23% afirma que planeiam usá-las no futuro. Esta tendência encontra-se acima da média europeia de 21%.

As ferramentas de IA são especialmente procuradas para: informações e recomendações de destinos (57%), recomendações de alojamento (53%), dicas de planeamento personalizado (48%) e atividades locais (42%). Estas tendências são particularmente visíveis entre os viajantes mais jovens, que lideram na adoção destas ferramentas.

Seguro de viagem

Em matéria de proteção, os portugueses continuam a valorizar a segurança durante as viagens, com 50% a planear subscrever um seguro de viagem, apesar deste valor ser mais baixo que em 2024 (58%). Apesar disso, é um valor que se mantém em linha com média europeia (50%). Despesas médicas (79%), bagagem (78%), cancelamento e interrupção de viagem (78%), são as principais coberturas referidas pelos portugueses na subscrição de um seguro de viagem, uma tendência acima da média europeia, que se encontra, respetivamente, nos 75%, 70% e 68%.

A maioria dos portugueses adquire o seu seguro de viagem através de uma agência de viagem ou por intermédio de um corretor de seguros.

Em Portugal, o preço é o fator mais determinante na escolha de um seguro de viagem, 64%. A reputação da seguradora, 35%, a variedade de produtos, 31%, e a presença internacional da empresa, 21%, também são determinantes.