Então vamos viajar em segurança, por exemplo, até à guesthouse @garamlisboa. Fica situada numa das áreas mais típicas de Lisboa, perto da Estrela e a 1.7 km do Bairro Alto. Quando eu estava a descer a rua com uma troley cheia de roupas e adereços e com um salto alto que desafiava a calçada, reparei como o Tejo espreitava e brilhava. E, por momentos, fiquei ali estagnada a olhar o nosso azul português. Mal eu sabia que ia entrar num outro cenário e lembrar outros mares e oceanos que me levaram à Indonésia. Quase uma viagem dos Descobrimentos. Entro e deparo-me com as cadeiras de madeira pesada e as mesas típicas da Indonésia. E, claro, com a amabilidade do staff. Nisto somos, nós portugueses, como o povo das várias ilhas da Indonésia: afáveis e conhecedores do dom da hospitalidade.
Mas o impacto maior veio quando andei a espiar cada quarto para escolher os temas de uma das minhas sessões fotográficas. Fui ali para fotografar e vou voltar para uma bela estadia, já está prometido! Foi difícil a escolha dos quartos por dois motivos: as decorações e a minha memória das duas viagens a Bali. Estas memórias intrometiam-se constantemente de forma doce, quase sentia o aroma dos incensos nas ruas e nas casas de Bali, de Nusa Penida e de uma das ilhas Gili.
O Garam Lisboa Guesthouse aliás faz comunicação direta com outros dois hotéis que fazem parte do mesmo grupo, portanto na Indonésia: Gravity Bali Hotel e Sal Secret Spot. E quando soube isto ainda senti a viagem a estender-se mais entre Lisboa e Bali. Neste hotel podem encontrar luminárias tão rústicas como os banquinhos de madeira e os balancés adoráveis na zona de refeições. Tudo compõe esta viagem exótica desde o lobby aos quartos. Incluindo a pequena piscina de água muito azul a refletir a imagem da água das praias balinesas. Nisto lembrei-me, de novo, das ilhas Gili com praias mornas e de água muito baixa. Com hotéis calmos e completamente preparados para nos receber e nos arrancar o stress de dentro. Quando lá estive o sismo tinha ido embora há poucos meses e então mais calmas eram as Gili. Menos gente, um mar muito quieto e muitos hotéis em reconstrução. Porque a esperança recomeça em qualquer lugar do mundo, mesmo após as catástrofes.
Talvez por causa da minha relação de paixão/estranheza com Bali eu tenha preferido um dos quartos do Garam para as minhas fotografias: sobretudo do quarto com uma cama de cabeceira tão detalhada que eu disse: isto é Bali, definitivamente. Há portas de madeira que deslizam, candeeiros com formatos iguais aos que pode encontrar em casas e restaurantes de Ubud (Bali). Esse quarto foi um dos que mais me impressionou. Uma viagem completa a Bali, sem sair de Portugal.
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