Os deputados do Quirguistão apoiaram, esta quarta-feira (20), uma proposta para modificar o escudo da bandeira nacional, que agora terá um sol, alegando que a mudança poderá impulsionar a economia.

A empobrecida e isolada república da Ásia Central, de 6,7 milhões de habitantes, tem estado sujeita a uma elevada instabilidade política desde que conquistou a independência da União Soviética, em 1991.

Adotada em 1992 após o colapso da União Soviética, a bandeira do Quirguistão é composta de uma esfera amarela, representando um yurt nómada tradicional, sobre um fundo vermelho, rodeada por linhas que emanam do centro.

Em novembro, o presidente do Parlamento, Nurlanbek Shakiev, apresentou um projeto de lei para mudar o emblema e fazer essas linhas "lembrarem, claramente, os raios de sol".

Os defensores desta mudança, entre eles o presidente Sadyr Khaparov, argumentam que o atual desenho se parece muito com um girassol e que isso impede o Quirguistão de explorar plenamente o seu potencial como um Estado "desenvolvido e independente".

“Havia a opinião pública de que a nossa bandeira se parecia com um girassol e que, neste contexto, o país não conseguia ficar de pé", disse Khaparov, em outubro.

"Houve até casos de estrangeiros que nos vinham visitar, dizendo que, provavelmente, cresciam muitos girassóis na nossa república", acrescentou.

"A partir de agora, será como se o sol brilhasse e sorrisse para nós", comentou na ocasião.

Khaparov chegou ao poder em 2021, após ter sido libertado da prisão pelos seus apoiantes.

Esta quarta-feira, 59 deputados votaram a favor da mudança e apenas cinco votaram contra. Dezenas de pessoas saíram às ruas da capital do país, Bishkek, este mês, contra a mudança de bandeira.

O Quirguistão é um país rico em recursos naturais, mas, como também acontece noutros países vizinhos, muitos dos seus habitantes dependem das remessas enviadas pelos seus familiares migrantes.

De acordo com o Banco Mundial, para garantir o seu desenvolvimento económico, o Quirguistão precisa de implementar reformas para "desenvolver o setor privado e criar empregos, estimular o comércio internacional e uma produção energética fiscalmente sustentável".