A admissão das candidaturas da Ucrânia e da Moldávia representa o início de um longo e complicado processo de negociação, que, em alguns casos, arrasta-se há mais de uma década.

Várias expansões e uma saída

A União Europeia, composta atualmente por 27 membros, foi criada em 1957, com o nome de Comunidade Económica Europeia (CEE), por seis países (Alemanha, França, Itália, Holanda, Bélgica e Luxemburgo). Desde então, experimentou várias expansões, a maioria desde 1995, mas também a saída do Reino Unido, em 2020.

- 1995: Áustria, Suécia e Finlândia juntam-se ao grupo. Com a Finlândia, a UE chega pela primeira vez à fronteira russa.

- 2004: 10 novas adesões, principalmente de países do antigo bloco soviético da Europa Oriental (Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia e República Tcheca) e duas ilhas do Mediterrâneo (Chipre e Malta).

- 2007: Bulgária e Roménia.

- 2013: Croácia.

- 2020: após referendo em 2016, o Reino Unido torna-se no primeiro país a deixar o bloco.

Candidatos na "sala de espera"

Quatro países dos Balcãs Ocidentais são oficialmente candidatos à adesão, mas estão bloqueados há anos: Macedônia do Norte (2005), Montenegro (2010), Sérvia (2012) e Albânia (2014)

A Turquia, candidata desde 1999, iniciou negociações para a sua adesão em 2005, mas as suas relações com Bruxelas deterioraram-se a partir de 2016, devido à repressão à oposição lançada pelo presidente Recep Tayyip Erdogan após uma tentativa de golpe de Estado.

Em 2019, o Conselho da UE declarou que as negociações com a Turquia estavam em ponto morto.

Potenciais candidatos

Outras duas antigas repúblicas da República Federal da Jugoslávia - Kosovo e Bósnia - são consideradas potenciais candidatos, mas ainda não cumprem os critérios de adesão.

A UE reconheceu esta quinta-feira a "perspectiva europeia" para a Geórgia, ex-república soviética do Cáucaso, que ainda precisa avançar nas reformas para atingir o status formal de país candidato à adesão.

Em 2009, a UE lançou uma Associação Oriental com Ucrânia, Moldávia, Arménia, Azerbaijão, Geórgia e Bielorússia, propondo relações económicas e políticas mais estreitas em troca de reformas internas. Em junho de 2021, o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, aliado de Moscovo, suspendeu a participação.

Processo complexo

A análise da candidatura da Ucrânia, apresentada em fevereiro, foi realizada com uma rapidez sem precedentes, no contexto da guerra iniciada pela Rússia em fevereiro. A adesão, no entanto, é um processo complexo, que costuma levar anos.

Quando um país recebe o status de candidato à adesão, iniciam-se as negociações oficiais, que também exigem a unanimidade dos membros da UE e que, no caso da Albânia ou da Macedônia do Norte, por exemplo, ainda não tiveram início.