“Estaremos a aumentar por agora a capacidade para acomodar 3.500 turistas que poderão visitar (a cidadela) diariamente”, disse Darwin Baca, administrador da cidade de Machu Picchu, à imprensa.

A medida consiste em ampliar em 56% a capacidade atual de 2.244 visitantes da cidadela, que em 2020 esteve fechada por quase oito meses devido à pandemia. O aumento entraria em vigor a partir do dia 15 de setembro.

Baca indicou que a decisão foi tomada após uma reunião de dois dias com representantes do Ministério da Cultura, do governo regional de Cusco e do Serviço Nacional de Áreas Naturais Protegidas.

“Chegamos a uma conclusão favorável para o setor de turismo, não só para um distrito e uma região, mas para todo o Peru”, disse.

A decisão poderia, no entanto, ter um efeito negativo, dado o risco de uma advertência às autoridades peruanas pela UNESCO, que declarou Machu Picchu um Património Natural e Cultural da Humanidade em 1983.

O diretor da Direção Descentralizada de Cultura de Cusco, Fredy Escobar, destacou que até agora tudo está a ir bem com o número atual de acessos à cidadela, mas um aumento de visitantes pode causar a “deterioração dos elementos líticos, do próprio meio ambiente próprio".

Desde que reabriu as portas em novembro, o uso de máscaras é obrigatório para visitar a cidadela de pedra construída na época do imperador inca Pachacútec, no século XV.

A majestosa cidadela encerrou brevemente em fevereiro para outra quarentena, o que afetou ainda mais a economia da área, que vive do turismo.

Antes da pandemia, as autoridades locais estimam que entre 3.000 e 3.500 turistas visitavam o marco por dia.

A economia peruana caiu 11,12% em 2020 e ficou em recessão até junho passado, mas o golpe foi muito maior no turismo (-50,45%). Cusco deixou de receber cerca de 1.400 milhões de dólares devido à ausência de turistas.

Com 33 milhões de habitantes, o Peru acumula 2,1 milhões de infecções por COVID-19 e 198.500 mortes, de acordo com o balanço oficial.