A hotelaria em Fátima está “praticamente esgotada, mas ainda não totalmente”, para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que inclui a deslocação do Papa ao santuário, disse hoje a presidente da Associação Empresarial Ourém-Fátima (ACISO).

“Para a visita do Papa, a hotelaria está praticamente esgotada, mas ainda não totalmente. É visível, nomeadamente através das centrais de reserva ‘online’, que ainda há alojamentos disponíveis”, afirmou à agência Lusa Purificação Reis.

Referindo que “a JMJ é um evento de jovens, público que, numa percentagem significativa, faz a sua peregrinação ficando em alojamentos comunitários ou casas de acolhimento”, Purificação Reis salientou que, por esse motivo, “é menor o impacto na hotelaria”.

A JMJ realiza-se de 01 a 06 de agosto, em Lisboa, presidida pelo Papa Francisco, que se desloca ao Santuário de Fátima no dia 05. Já nos dias 12 e 13 de agosto, decorre a peregrinação do migrante e refugiado a este santuário.

“Os jovens são um público muito importante para qualquer destino turístico e é fundamental que estes sejam bem recebidos e que possam usufruir de uma boa experiência do destino que deixe a vontade de regressar mais tarde, sozinhos ou em família, para explorar e conhecer mais”, adiantou a responsável, notando que “o mês de agosto é, por tradição, um bom mês turístico em Fátima e neste ano terá ainda o impacto da JMJ”.

Para a presidente da ACISO, a deslocação do Papa a Fátima, mesmo que por um período curto, “é sempre um facto marcante para os peregrinos e é um acontecimento com grande projeção nos media internacionais que muito promove a mensagem de Fátima pelo mundo”.

“Esta forte promoção e divulgação potenciada pela JMJ terá resultados não só a curto prazo, mas, essencialmente, a médio e longo prazos, se soubermos bem receber e acolher todos estes jovens oriundos do mundo inteiro”, alertou.

Questionada se, no âmbito da hotelaria, Fátima está a viver um bom ano, a responsável da ACISO respondeu positivamente, admitindo, contudo, que “a expectativa de que este venha a ser um ano turístico excelente para o setor do alojamento ainda não se está a verificar”.

“O primeiro trimestre do ano - época baixa - foi naturalmente muito marcado pela sazonalidade característica do destino, ainda com pouca expressão dos turistas oriundos da Ásia, os quais contribuíam para minimizar a sazonalidade, já que viajavam nesta altura do ano”, concretizou.

Já no segundo trimestre, “a evolução foi positiva, mas esperava-se que, a esta altura, se verificassem taxas de ocupação mais altas e mais constantes”, observou a dirigente, lembrando que “muito do fluxo turístico é turismo interno, pessoas que visitam Fátima e regressam no mesmo dia a suas casas, não pernoitando neste território”.

Destacando “a grande capacidade hoteleira instalada”, a presidente da ACISO, associação que conta com 700 empresas associadas, apontou a existência “de 61 hotéis em Fátima, registados no Registo Nacional de Empreendimentos Turísticos, capacidade esta muito acrescida com os inúmeros estabelecimentos de alojamento local existentes, alguns deles de grande dimensão”.

“O nível de procura necessário para gerar boas taxas de ocupação nos empreendimentos turísticos é, de facto, muito significativo”, prosseguiu.

Por outro lado, Purificação Reis notou que “Fátima foi o destino turístico mais impactado negativamente” pela pandemia de covid-19 e “foi último a iniciar a recuperação desse impacto”.

“A oferta hoteleira é grande e, como tal, muito competitiva, o que exige muito empenho e trabalho dos empresários para atingirem bons resultados”, assinalou.

Em Fátima, o preço médio por quarto disponível (RevPAR) “é baixo”, declarou presidente da ACISO, explicando que, “sendo unidades menos rentáveis que outras localizadas noutros destinos turísticos menos sazonais, terão agora mais necessidade de recuperar rentabilidade”.