Organizada por iniciativa do museu Mauritshuis, em colaboração com instituições alemãs, a exposição "Loot – 10 Stories" conta histórias de obras saqueadas, especialmente com a ajuda de vídeos curtos e experiências de realidade virtual.

A mostra coincide, segundo o museu em Haia, com uma "transição" nos Países Baixos, que nos últimos anos começou a encarar o legado da sua história colonial e a tomar medidas para encontrar a origem das obras saqueadas pelos nazis.

No mês passado, os holandeses entregaram títulos de propriedade de seis tesouros da época colonial ao Sri Lanka, seguindo as recomendações de uma comissão nomeada pelo governo para investigar aquisições ilegais durante o período colonial.

"Estamos numa fase de transição porque nos demos conta, por exemplo, de que quando se trata de arte saqueada pelos nazis, estamos atrás", disse a diretora do Mauritshuis, Martine Gosselink.

"Aprendemos com o passado, com os nossos erros anteriores, por isso é claro que queremos preencher a lacuna em termos de injustiça", acrescentou.

Entre as obras expostas, provenientes das coleções do Mauritshuis, de três museus de Berlim e do Museu de Belas Artes de Rennes, estão um autorretrato de Rembrandt e peças de prata roubadas de judeus.

Há também quadros levados dos Países Baixos pelas tropas francesas no século XVIII, réplicas de bronze do Benin e uma "Kris", adaga indonésia saqueada durante as operações militares holandesas em Bali, em meados do século XIX.

Os museus parceiros da exposição "colocaram à nossa disposição algumas das suas histórias incómodas", comemora Eline Jongsma, curadora da mostra.

"Acho que uma mensagem no contexto desta exposição é que a visibilidade dos objetos presentes nos depósitos é muito importante para o debate sobre a restituição", acrescenta, reforçando que "existem coleções enormes nestes imensos repositórios na Europa e nos Estados Unidos que não são acessíveis".

A exposição ficará no Mauritshuis até ao dia sete de janeiro de 2024 e será inaugurada no Fórum Humboldt, em Berlim, na primavera de 2024.