O YouTuber, conhecido pelo nome de utilizador Fidias, publicou um vídeo no passado fim de semana, onde aparece com mais três amigos a viajar de comboio e de autocarro pelo Japão – em alguns casos sem pagar.

No vídeo, Fidias esconde-se na casa de banho de um comboio de alta velocidade e finge estar doente ao ser confrontado por um revisor. Entretanto, Fidias foge para embarcar noutro comboio, onde faz a mesma manobra. Outro clipe mostra o  YouTuber a entrar num hotel, onde finge ser um hóspede para usufruir do pequeno almoço sem pagar.

"Acabei de (conseguir) acesso a um buffet japonês cinco estrelas. E vamos sair do hotel sem sermos apanhados e sem nenhum problema", diz, triunfante, para a câmara.

Outras partes do vídeo mostram os quatro, um dos quais parece ser o YouTuber Night Scape, que tem 1,7 milhão de seguidores, a implorar por dinheiro aos moradores locais para pagar os bilhetes. Não ficou claro quando o vídeo foi gravado, e se os três homens e uma mulher ainda estavam no Japão.

"Surgiu outro YouTuber estranho e irritante do exterior. Além deste fulano, Fidias, os outros três deveriam ser presos", disse um utilizador nas redes sociais em japonês.

Outro disse: "surpreendentemente, a seção de comentários da sua (publicação on-line) está cheia de aplausos. (A polícia) deveria prendê-lo para evitar que crimes de imitação aconteçam".

"Não é o nosso objetivo"

A operadora ferroviária regional JR Kyushu disse que estava a estudar as imagens antes de decidir se informaria a polícia.

"Estamos cientes do caso e a investigar os fatos em torno dele", disse um porta-voz à AFP.

Nesta terça, Fidias publicou um pedido de desculpas no seu canal: "Olá gente linda, peço desculpas ao povo japonês se os fizemos se sentirem mal, esse não era o nosso objetivo ! De agora em diante, farei mais pesquisas sobre as culturas que vamos e tentar evitar que isso aconteça novamente".

O incidente ocorreu um mês após a polícia japonesa prender um livestreamer americano conhecido como Johnny Somali por supostamente invadir um canteiro de obras. De acordo com imagens de vídeo, Ismael Ramsey Khalid, 23 anos, usava uma máscara e gritava repetidamente "Fukushima" para os trabalhadores da construção civil, que pediram a ele que deixasse o local, disse à AFP o polícia Genta Hayashi, referindo-se à usina nuclear atingida.

"Falta de educação"

Em 2017, o YouTuber americano Logan Paul atraiu polémica com um vídeo publicado por si de um cadáver numa "floresta do suicídio" japonesa que atraiu seis milhões de visualizações antes de ser retirado.

Incidentes de estrangeiros que se comportam mal, inclusive a beber em público e a jogar lixo no chão, são uma causa regular de aborrecimento no Japão, em grande parte cumpridor da lei, especialmente no Monte Fuji.

O governo está a trabalhar num pacote de medidas destinadas a reduzir o "turismo excessivo".

“Em algumas áreas e durante certos períodos, houve um impacto na vida dos residentes locais, devido à chegada de turistas, como falta de educação", disse este mês o primeiro-ministro Fumio Kishida.